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Um comentário

Helio Dias Bezerra

O Mapa de desigualdade no Brasil e na Cidade de São Paulo requer um olhar mais abrangente e Sociológico, no que se refere ao bem comum. Oportunidades iguais para todos. O que infelizmente não ocorre. Itaim Paulista por exemplo é um distrito bem extenso com quase 400 mil habitantes e com poucos pontos de cultura, enquanto Pinheiros é outra realidade…

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Mapa da Desigualdade, da Rede Nossa São Paulo, é apresentado na Câmara

Por: DANIEL MONTEIRO - DA REDAÇÃO

9 de dezembro de 2019 - 16:44

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Luiz França / CMSP

Apresentação do Mapa de desigualdade 2019 (09/12)

Na manhã desta segunda-feira (9/12), foi apresentado na Câmara Municipal o Mapa da Desigualdade da cidade de São Paulo, elaborado pela ONG Rede Nossa São Paulo, para que vereadores, subprefeitos e representantes do Executivo discutissem as medidas tomadas para enfrentar os problemas apontados.

No Mapa da Desigualdade, as informações relativas a diferentes indicadores de desenvolvimento social dos 96 distritos da capital paulista são analisadas sob a ótica do “desigualtômetro”, índice que compara os dados colhidos e revela a distância socioeconômica entre os moradores das regiões com os melhores e piores indicadores. Dados sobre educação, saúde, cultura, habitação e faixa etária ao morrer, em cada um dos distritos da cidade, também fazem parte dos indicadores do Mapa da Desigualdade.

O estudo procura auxiliar o poder público a identificar prioridades, carências e necessidades da população e dos distritos paulistanos. “Depois da elaboração do mapa, acontece um grande diálogo com a política, que vai nos auxiliar a enfrentar as questões levantadas”, disse Jorge Abrahão, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo. “Daí a importância desse encontro aqui na Câmara, porque é o momento onde podemos, de alguma forma, começar o diálogo para a construção de políticas públicas que, efetivamente, vão transformar a cidade e reduzir a desigualdade”, disse Abrahão.

Para a edição 2019 do Mapa da Desigualdade, lançado em novembro, foram usados 53 indicadores de 10 diferentes áreas para mostrar a realidade dos distritos da capital paulista. Entre as novidades, estão o comparativo de violência contra a mulher, incluído o feminicídio, violência homofóbica e transfóbica e ainda racismo e injúria racial.

Em relação à violência contra a mulher, houve aumento de 167% no número de feminicídios na cidade. Já as ocorrências de violência contra mulheres cresceram 51%. Os distritos da Sé e Barra Funda apresentam as maiores taxas de ocorrência nos dois indicadores.

Um dos destaques da pesquisa foi a expectativa de vida média em 2018. Em Moema, esse valor é de 80,6 anos. Em Cidades Tiradentes, é de 57,3, ou seja, mais de 23 anos de diferença entre os dois distritos. Outro importante indicador mostra que 55% dos distritos da cidade não possuem equipamentos públicos de cultura.

Presente ao debate, o presidente do conselho deliberativo da Oxfam Brasil, Oded Grajew, um dos fundadores da Nossa São Paulo, avaliou os resultados do Mapa da Desigualdade, divulgado anualmente desde 2012. “Um grande avanço é a conscientização de uma parte da população sobre a enorme desigualdade que existe na cidade de São Paulo. Os números revelam aquilo que as pessoas incluíam, percebiam e sentiam, mas não tinham os dados e indicadores concretos sobre a realidade da desigualdade da cidade de São Paulo”, disse Grajew.

Apesar dos resultados obtidos, o representante da Oxfam Brasil destaca que a luta contra a desigualdade está longe de se concretizar. “Para dizer a verdade, estamos estagnados na cidade de São Paulo, porque o Mapa da Desigualdade mostra, além da desigualdade, o que precisa ser feito, onde é preciso agir, onde temos que fazer mais, onde são necessários mais equipamentos públicos”, resumiu Grajew, para quem “infelizmente” até agora a redução da desigualdade em São Paulo ainda não aconteceu.

Segundo o vereador Eduardo Suplicy (PT), que propôs o debate, as informações contidas no Mapa da Desigualdade podem pautar o trabalho do Legislativo. “Nós precisamos pensar naquelas políticas econômicas e sociais que possam elevar o grau de justiça e igualdade na nossa cidade. Desde como prover o bom atendimento de saúde, em todas as regiões, à melhor qualidade possível a meninos e meninas, para jovens e adultos, até como prover mais e melhores oportunidades de atividades culturais, inclusive para evitar tragédias como as que ocorreram em Paraisópolis”, ressaltou Suplicy.

Também estiveram presentes o subprefeito de Itaim Paulista, Gilmar Souza Santos, e o representante da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Tomás Andreatta.

Luiz França / CMSP

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