“Há um retrocesso muito grande em relação a todas as conquistas da sociedade brasileira. Da questão trabalhista à ambiental. Retrocessos que começaram pela questão indígena e ambiental e que hoje chegam aos trabalhadores”, afirmou a ex-senadora Marina Silva.
Como parte das comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5, Marina falou na manhã desta terça-feira (9/6) para vereadores e cidadãos sobre os desafios do desenvolvimento sustentável, os retrocessos da agenda ambiental e as demandas urbanas. Para ela, a bandeira ambientalista precisa ser entendida como uma agenda da sociedade.
Crítica à maneira como as questões ambientais vem sendo discutidas atualmente no Brasil, a ex-senadora pontuou como retrocesso o Código Florestal. Segundo ela, dizia-se na época em que ele tramitou no Congresso que, com a mudança, o desmatamento cairia para zero. Porém, não é o que aconteceu. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas) mostram que o desmatamento na Amazônia, por exemplo, aumentou 62,7% entre fevereiro e abril deste ano, somando uma área de 550 km².
“Um projeto de país é aquele que institucionaliza as conquistas e essas não são ‘fulanizadas’ ou partidarizadas”, disse Marina. Para ela, isso vale para todas as esferas do poder. “Nós, que somos gigantes pela própria natureza, ainda não aprendemos a ser gigante em relação à natureza que temos”, completou.
CPI
Proponente do debate, o vereador Ricardo Young (PPS) defendeu durante o evento a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com o objetivo de criar uma nova legislação para a compensação ambiental em São Paulo. “Verificamos que a compensação ambiental não regenera a cidade, ou porque ela não é feita na própria cidade ou porque ela é mal feita. Então queremos [a Comissão do Meio Ambiente] fazer uma CPI com caráter inovador. Não é uma CPI investigativa, mas propositiva. Ela pretende propor uma nova legislação para a compensação ambiental.”