A Comissão Extraordinária Permanente do Meio Ambiente discutiu nesta quarta-feira os impactos da construção do Trecho Norte do Rodoanel. Participaram da reunião moradores da região afetada pela obra e o gestor ambiental da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), Marcelo Arreguy.
Durante a sessão, representantes da sociedade civil criticaram o processo de decisão sobre o projeto, afirmando que houve pouco diálogo com a população. Segundo Elisa Puterman, conselheira do Parque Estadual da Cantareira, os conselhos regionais não discutiram esse traçado, que “passa por cima da história da região e das pessoas”.
De acordo com Arreguy, o projeto segue em discussão, por isso não é possível dizer que há um traçado definitivo “imposto” à população. Ele afirmou ainda que no Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do empreendimento estão descritos os possíveis impactos de diferentes opções de trajeto.
O EIA/RIMA do trecho norte foi questionado por Maria Cristina Greco, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santana. Segundo ela, o documento apresentado é vago e superficial, e contém providências que deveriam ter sido tomadas antes do licenciamento da obra feito pelo Ibama e governos municipal e estadual , o que não ocorreu.
Maria Cristina afirmou ainda que o grupo de estudos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente voltado ao tema emitiu parecer contrário aos parâmetros atuais do trecho norte. Entretanto, segundo o vereador Francisco Chagas (PT), o secretário encarregado da pasta até o momento se manifestou de maneira favorável à construção.
Para o vereador petista, além do pouco diálogo com a sociedade civil, há outras críticas ao projeto. As principais vias da região já estão congestionadas e não há plano de ampliação. Na questão ambiental, o impacto é muito grande. Eles não podem decidir cortar uma área de preservação sem dar explicações.
Favorável ao trecho norte do Rodoanel, o vereador Floriano Pesaro (PSDB) defendeu a discussão acerca do traçado, porém disse estar de acordo com as atuais propostas. Do ponto de vista técnico, acho que todas as posições que a Dersa vem apresentando às Secretarias do Meio Ambiente do Estado e do Município e ao Ibama serão acertadas, com realocação das pessoas, túneis que vão proteger a fauna e outras medidas sócio-ambientais.
(25/05/2011 – 14h32)