A tecnologia pode contribuir com a qualidade do transporte na cidade de São Paulo. Esse foi um ponto recorrente na mesa redonda organizada pela CPI do Transporte Coletivo nesta sexta-feira (13/12). Segundo Ciro Biderman, chefe de gabinete da SPTrans, há uma década não há investimento pesado na área.
Em Belo Horizonte, a fiscalização eletrônica foi implantada nos ônibus para garantir a pontualidade dos veículos e monitorar a lotação. Daniel Marx Couto, diretor de Planejamento, Desenvolvimento e Implantação de Projetos da BHTrans, explicou que esses parâmetros são utilizados para calcular a remuneração das empresas de ônibus na cidade.
Já em Madrid, capital espanhola, a tecnologia é utilizada principalmente para a EMT (Empresa Municipal de Transportes) se comunicar com os usuários. É fundamental fornecer informação ao cliente. Até pouco tempo atrás fizemos investimentos pesados no metrô. Quando mudamos o foco para o ônibus, tivemos que comunicar a população, contou Sergio Fernández Balaguer, chefe de projetos de cooperação internacional e projetos europeus da EMT.
Balaguer lembrou também que a EMT utiliza constantemente as redes sociais na Internet e aplicativos para celular para trazer novos usuários para o sistema.
Tarifa
Os convidados para a mesa redonda também falaram do modelo de cobrança dos passageiros e remuneração dos prestadores de serviço. De acordo com Biderman, diferentes modelos estão sendo estudados para os próximos contratos em São Paulo, e a SPTrans aposta em uma combinação de fatores, evitando estabelecer um custo fixo por veículo ou um valor totalmente ligado ao número de passageiros transportados.
Essa combinação já acontece em Belo Horizonte. As empresas recebem um percentual da tarifa paga pelo passageiro, mas devem atender a critérios de lotação dos ônibus e da cobertura espacial das regiões da cidade que atendem. Nenhum passageiro pode caminhar mais de 600 metros no plano e 300, quando há aclives muito acentuados, esclareceu.
Para Daniel, a remuneração das empresas pelos custos funciona bem apenas quando não há restrição de recursos financeiros. Belo Horizonte, depois de tentar esse modelo, passou a incluir o pagamento por passageiro. Isso estimula um bom serviço e a captação de clientes, disse.
Sergio Balaguer concordou. Além de estimular, pois há um incremento de receita com o aumento de passageiros, é o que pode nos dar amostra do grau de uso dos ônibus, justificou.
(13/12/2013 15h10)