Nesta terça-feira (27/3) a Câmara Municipal realizou uma Sessão Solene para a entrega do Título de Cidadão Paulistano ao professor, médico de ortopedia e acupuntura e grão-mestre de hapkido (arte marcial coreana de defesa pessoal) Park Sung Jae. O evento aconteceu no Salão Nobre da Casa.
Park nasceu em novembro de 1938 na cidade de Seul, na Coréia do Sul, e migrou para o Brasil na década de 1970 como professor de arte marcial. Iniciou seu trabalho com os militares brasileiros na base do Exército de Quitaúna, formando a primeira turma de faixa preta.
“Cheguei aqui em março de 1972. Minha função era ser instrumento para a melhoria do Exército brasileiro. Em 1973, 27 faixas pretas brasileiros estavam formados”, relembra Sung Jae.
Park ajudou a criar 47 academias de artes marciais, além de fundar importantes associações como a Câmara de Indústria e Comércio Coreana e a Associação de Hapkido do Brasil.
Para Delmo Augusto Menezes, presidente da Confederação Nacional de Hapkido no Brasil, a modalidade era pouco conhecida quando chegou ao País, mas, com a introdução no Exército brasileiro por meio do mestre Park, o esporte começou a ganhar forma.
“A divulgação começou a partir de uma arte marcial voltada para ação militar, que tomou uma importância maior e passou a se disseminar por todo Brasil e, hoje, é uma das modalidades mais fortes”, disse.
Ainda segundo Menezes, Park faz parte da formação de muitos jovens. “Ele se dedicou a vida toda a essa arte, então esse evento é uma premiação em função dessa trajetória. Ele já recebeu muitas homenagens, mas acho que essa premia todo trabalho que ele fez em nome da juventude, das pessoas”, afirma.
Daniel Jong Hawang Park, filho do homenageado, fala sobre o significado do título da noite. “Essa condecoração é uma celebração das duas nações, e isso reforça ainda mais que o Brasil é um País acolhedor, por conceder um título tão honroso a um imigrante. Meu pai acreditou no Brasil, teve seus filhos aqui, então para mim é um símbolo de honra entre os dois países. E o Brasil demonstra para o mundo sua recepção”.
Ricardo Nunes (MDB), autor da iniciativa, conta que o trabalho que Park desenvolve no Brasil e em São Paulo é muito significativo. “Ele fundou 47 academias de hapkido, milhares de alunos passaram pelos seus ensinamentos. É uma pessoa do bem, que ajuda desenvolver pessoas por meio do esporte. Então esse título é realmente muito merecido”.
Hoje, aos 79 anos, Park vive do Hapkido, ministrando aulas e cursos no Brasil. Além de se dedicar como missionário evangélico.
“É uma honra receber esse título de Cidadão Paulistano, estou muito emocionado. Primeiro quero agradecer a Deus, porque eu também sou pastor. Agradeço meu pai, minha família e ao presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), e o vereador Ricardo Nunes”.
O evento contou com a presença da Banda da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e o Grupo Folclórico Coreano Tradicional.