Thais Lancman
Entre as metas apresentadas pelo prefeito Fernando Haddad para a educação, estão 32 polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), como mecanismo de valorização dos profissionais da área. Trata-se de um projeto de ensino superior à distância, idealizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Governo Federal.
Os polos a serem instalados pela Prefeitura seriam locais com cursos de capacitação para os professores da rede pública. A UAB já está em funcionamento em outros municípios do Estado de São Paulo, inclusive com formação em Pedagogia e Metodologias do Ensino Fundamental. Através da Internet, alunos paulistas têm formação de universidades federais de Goiás, Maringá, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Carlos.
Embora seja novidade na cidade de São Paulo, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) já incentiva a implantação de universidades abertas e o ensino à distância há mais de dez anos. Em 2003, a instituição publicou Educação e Tecnologia num Mundo Globalizado, reunião do texto de palestras do seu diretor geral, John Daniel, acenando positivamente para o ensino à distância como mecanismo de aumento do acesso e diminuição dos custos, sem perda da qualidade.
Para Daniel, o modelo de ensino à distância proposto atualmente, com o uso da Internet, reúne o que é feito no setor, com o uso de vídeos e material em áudio, com a interatividade necessária a todo processo educativo. As tecnologias de hoje permitem reproduzir algumas das características da interação real, observou. Entre as principais qualidades de uma universidade aberta, Daniel enumerou a realização de conferências entre alunos, porém com a necessidade de bons moderadores para que o debate seja produtivo, e o intercâmbio de conteúdos de bibliotecas e museus.
Do ponto de vista de financiamento dessas iniciativas, Daniel apontou que atender a estudantes adicionais com esses recursos (Internet) custa quase nada à instituição. Em outras palavras, o custo por estudante adicional é muito reduzido. Por esse motivo, ele defende o uso da tecnologia como ferramenta fundamental para o programa Educação para Todos, implantado pela UNESCO em diversos países.
Confira o especial Reportagem da Semana: Educação Digital
Para educadores
A UAB desenvolveu uma metodologia específica para a formação de professores da Educação Básica: a Plataforma Freire, criada pelo Ministério da Educação e hoje gerida pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Funciona como um conjunto de funcionalidades, que permite informatizar todo a gestão, acompanhamento e revisão do plano da formação inicial dos professores da educação básica.
Por essa plataforma secretarias de educação e instituições de ensino superior ficam em contato permanente, com dados atualizados das demandas de cada município e Estado e o acompanhamento dos alunos matriculados nos cursos à distância, presenciais e semipresenciais. São oferecidos cursos de licenciatura para professores já em atuação e de formação pedagógica para graduados não licenciados.