A Tecnologia da Informação foi apontada pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como forte aliada para melhorias no atendimento à população. Em almoço-debate organizado do LIDE Grupo de Líderes Empresariais nesta segunda-feira, ele falou sobre avanços e desafios no setor, e como a sistematização dos hospitais pode reduzir gastos e evitar desperdícios.
Padilha citou como exemplo a reestruturação do Hospital Miguel Couto, no Rio de Janeiro, como caso de medidas que aumentaram a capacidade de receber pacientes sem uma ampliação física da unidade. O uso da Tecnologia da Informação ajuda muito nisso, com o controle do fluxo, da taxa de ocupação, de almoxarifado, explicou, anunciando que até 30 hospitais devem passar por um processo semelhante até o fim do ano, com a instalação de câmeras para que possam ser monitorados diretamente por Brasília. Vários hospitais já tiveram redução de custos, com menos perdas de farmácia e de almoxarifado, elogiou.
Em São Paulo, o Ministro da Saúde defendeu que as entidades filantrópicas devem ter atenção especial e auxílio na sua reestruturação. Segundo ele, foi um trabalho da parceria que fez com que a Santa Casa paulistana mantivesse seu atendimento emergencial, e os pagamentos extras que o poder público realizou por procedimentos realizados lá via Sistema Único de Saúde fortaleceram o hospital. A Santa Casa que realiza transplante recebe 60% a mais por esse procedimento. Não é só questão de reduzir a fila em um procedimento de altíssima complexidade, mas forçar o hospital a realizar transplante força o hospital todo a melhorar e humanizar o atendimento, explicou.
Parcerias com municípios
O ministro reconheceu que a informatização dos hospitais públicos não cabe no orçamento de grande parte dos municípios brasileiros. Para isso, ele disse que o Ministério da Fazenda está financiando a instalação dos sistemas e-SUS, disponíveis em versões específicas para hospitais e Unidades de Atenção Básica.
Para o Ministro, outro caso em que o Ministério foi feliz ao se aliar aos governos municipais foi a implantação do programa Academia da Saúde. Criado em 2011, ele visa a instalação de equipamentos para atividade física em praça pública, além da contratação de profissionais para auxiliar os usuários nos locais, e já mostrou resultados, de acordo com Padilha.
Ele apontou a redução de 82% do fornecimento de medicamentos para hipertensão e diabetes na cidade do Rio de Janeiro, e de 33% dos antidepressivos em Recife desde que as Academias da Saúde foram instaladas. São Paulo conta com mais de 150 praças com os equipamentos.
Na Câmara
No âmbito da saúde, a Câmara Municipal também tem desenvolvido projetos para melhorar os serviços prestados aos paulistanos. Entre eles, há até a busca por fomentar a pesquisa no setor, caso do Projeto de Lei 110/2013, do vereador Paulo Frange (PTB), que institui a Rede Municipal de Pesquisa Clínica, uma forma de promover o intercâmbio de informações e a troca de experiências entre os serviços municipais, universidades, empresas privadas, demais centros da Rede Nacional de Pesquisa Clínica (RNPC) e o governo federal.
Já o vereador Reis (PT) busca criar a Política de Prevenção e Combate ao Câncer de Colo, através do PL 108/2013. Trata-se de um destaque, na rede municipal, ao diagnóstico e tratamento da doença que, segundo o Ministério da Saúde, matou 2963 mulheres em 2012.(Thais Lancman)
(25/03/2013 17h56)