A mobilidade urbana e a ampliação de áreas verdes são prioridades para a população da macrorregião Centro-Oeste da capital paulista. Pelo menos é o que defenderam os participantes da audiência pública realizada neste sábado no Sesc Pinheiros para debater o Plano Diretor Estratégico (PDE) – principal instrumento para orientar o desenvolvimento da cidade em tramitação na Câmara Municipal.
Entre as prioridades previstas no Plano Diretor para melhorar a mobilidades urbana, estão aproximar a população do emprego e construir habitações próximas aos meios de transportes. A proposta, acredita a representante da Frente de Moradores do Butantã e do Morumbi, Márcia Vairoletti, não resolverá a situação. “Já estamos com muitos problemas de mobilidade e essa ideia de se construir moradias perto dos eixos estruturantes não ajudará. O ideal é ver cada região com suas determinadas características e,a partir daí, traçar um plano de desenvolvimento”, afirmou.
O consultor Adriano Moraes trouxe a esposa, Claudia, e o filho Luiz Henrique, de apenas sete meses, para participarem da audiência pública. A família vive no Brooklin, Zona Sul, mas Moraes trabalha na Faria Lima. “Vim nessa audiência pública para conhecer melhor o projeto e saber quais são as ações para melhorar a mobilidade urbana, que está cada vez pior na Faria Lima. Tive até que optar por andar de moto para ficar menos tempo preso no trânsito”, contou.
Ainda durante a audiência pública deste sábado, a diretora do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, ressaltou a necessidade de se pensar nas habitações irregulares. “Na Lapa e no Butantã existem muitas ocupações informais e o Plano Diretor pretende ampliar a capacidade de construção nas áreas dos terrenos, sem que haja uma contrapartida, para ajudar a resolver os problemas das habitações irregulares e oferecer infraestrutura para quem vive na região”, disse.
É o que defendeu o morador do Butantã João Victor. “Vão construir parques lineares para preservar as margens dos rios, no entanto, é necessário oferecer condições para que essas pessoas possam permanecer na mesma região”, declarou.
Muitos participantes também reclamaram da falta de equipamentos de saúde na macrorregião Centro-Oeste. “O projeto permite definir apenas as áreas onde serão implantados esses equipamentos”, explicou o relator do Plano Diretor, vereador Nabil Bonduki (PT).
O relator do PDE também revelou que a Câmara Municipal recebeu até agora mais de 274 sugestões. “A participação da população é fundamental para aperfeiçoarmos esse projeto e podermos fazer uma cidade melhor”, acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal, vereador José Américo (PT), fez um balanço positivo do debate deste sábado. “A discussão foi muito bem sucedida e a população falou quais são as prioridades para a região, entre elas, a preservação do verde e meio ambiente”, disse.
Para o presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, Andrea Matarazzo (PSDB), as audiências públicas são muito importantes. “Os debates nos permitem ouvir a população e saber quais são as prioridades delas em cada região da capital paulista”, afirmou.
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