André Bueno / CMSP Os vereadores da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal realizaram na noite desta quinta-feira (12/5), a segunda audiência temática para debater o Projeto de Lei (PL) 723/2015, do Executivo, que trata da Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí. A sessão de hoje tratou, especificamente, das questões relacionadas à Vila Carioca e Vila Prudente.
De acordo com Gustavo Partezani, diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, as principais intervenções previstas para estas regiões serão ambientais, de habitações de interesse social e mobilidade. Com relação às moradias populares, o representante do Executivo explicou que o trecho com maiores perspectivas de alterações está na Vila Carioca e atende, em sua maioria, demandas da comunidade de Heliópolis.
“O projeto incorpora essa demanda, que é bastante antiga, dos movimentos sociais da área, da própria Secretaria de Habitação e do compromissado do prefeito em realizar. Já houve tratativas com a Petrobrás, já tem o convênio para passar o terreno para o município. O terreno é contaminado em boa parte, então a primeira fase do projeto será feita na parte limpa”, disse.
Vereador Dalton Silvano (DEM)
Para o relator do PL, vereador Dalton Silvano (DEM), as questões relativas a moradias são de suma importância, no entanto, o parlamentar prega cautela e equilíbrio ao tratar o tema.
“O relator vai ouvindo as pessoas e o projeto às vezes tem umas armadilhas que a gente não consegue pegar. Na verdade, eles têm de pegar os melhores terrenos para moradias, mas as pessoas não apenas moram, elas tem a suas necessidades, lazer, saúde, então temos que buscar esse equilíbrio”, salientou.
O projeto prevê que na região de Vila Carioca e Heliópolis seja feita uma obra de conexão com São Caetano do Sul e um parque, ao final do terreno da Petrobrás, onde serão construídas moradias populares. Além disso, o governo pretende facilitar o acesso à linha 2 Verde do Metrô e da CPTM. Partezani entende que nesta área, especificamente, o projeto foi pensado visando o incentivo ao emprego em sintonia com o setor logístico.
“A Vila Carioca é um dos lugares estratégicos da cidade. Está perto da Anchieta, da Imigrantes, da ferrovia que leva carga ao Porto de Santos, onde chega as importações, tudo aquilo que abastece a cidade. O setor logístico da Vila Carioca é muito importante”, disse.
Isolamento da Vila Carioca e Vila Prudente
Um dos questionamentos feitos por alguns participantes da audiência faz referência ao acesso entre os bairros de Vila Prudente e Vila Carioca, já que esses bairros possuem em comum a divisão feita pela linha férrea dos trens da CPTM. Para ir de um local ao outro, os moradores precisam se deslocar até o Ipiranga ou até São Caetano do Sul.
Arlindo Amaro , morador do Ipiranga
“Quem mora na Vila Prudente e trabalha na Vila carioca, ou vice-versa, tem um problema enorme de acesso. Você só tem o viaduto Pacheco Chaves e o viaduto Grande São Paulo. Quem mora na Vila Carioca e que ir ao shopping, que fica atrás da rua dele, tem uma dificuldade enorme”, argumentou Arlindo Amaro, morador do Ipiranga.
Partezani explicou que, embora a competência seja do munícipio, o projeto da linha 18 do Monotrilho – transporte de alta capacidade que é do governo do Estado —torna inviável a realização de qualquer intervenção.
“Esse monotrilho impossibilita qualquer conexão por sobre a linha do trem, que é terrestre, entre a Vila Prudente, Rua Ibitirama, até o lado correspondente, a Vila Carioca. Enquanto isso não se conjugar, o acesso fica prejudicado. Se a gente conseguir entendimento com o governo do Estado de que ele pode realizar esse projeto pelo chão, a gente pode chegar a estas conexões”, respondeu.
Mesmo diante do impasse entre prefeitura e governo do Estado, o diretor da SP Urbanismo afirmou que o PL em debate propõe algumas soluções pontuais que podem diminuir o impacto sentido hoje por aqueles que moram ou trafegam pela região.
“O que está sendo proposto são acessos melhorados junto ao Grande São Paulo, não apenas pelo viaduto, mas também por conexões sobre a laje do Rio Tamanduateí”, ponderou.
Vereador Gilson Barreto (PSDB)
Gilson Barreto (PSDB), presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio , considerou satisfatório o debate e mais uma vez salientou que a intenção é contemplar o desejo da maioria dos envolvidos. “Não é porque o Executivo mandou um projeto que nós vamos aprovar como está. É por isso que estamos fazendo inúmeras audiências públicas para saber o desejo efetivo das pessoas”, afirmou.
A vereadora Edir Sales (PSD) também participou da audiência, que foi realizada no Círculo de Trabalhadores Cristãos, na Rua José Zappi, na Vila Prudente. O espaço recebeu cerca de 50 pessoas que participaram da sessão pública.
Veja galeria de imagens do evento:
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