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Moradores colocam a mão na massa e ressuscitam praças abandonadas

Por: RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA - DA REDAÇÃO

18 de setembro de 2014 - 19:14

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Ourivaldo Lemes, o idealizador do pesqueiro. Foto: Rafael Carneiro da Cunha

Às 8h30 da manhã, o publicitário Celso Barros já estava na praça Conchita de Morais, Vila Guilherme, pronto para pescar. Acordou cedo, pegou as varas e saiu de sua residência no Jardim Bonfiglioli, zona oeste da cidade, Rumo à zona norte, como costuma fazer aos sábados. Ao final daquela manhã ensolarada, Barros já tinha pescado mais de três peixes e mostrou que não conta somente histórias de pescador.

Nascido e criado no bairro, Barros já fez grandes amizades na turma da pesca. Uma dela é com Ourivaldo Lemes, o Tio, responsável pela criação do pesqueiro que proporciona diversão a uma praça que antes não tinha nada. Natural de Dracena, interior de São Paulo, Lemes chegou à capital ainda criança e logo se instalou na Vila Guilherme, primeiro na parte baixa do bairro. Há 15 anos ele se mudou para as proximidades da Conchita de Morais.

No pé do morro, percebi que corria uma água e fiquei intrigado de onde ela vinha. Fui a um pesqueiro, peguei umas tilápias e deixei aqui. Voltei alguns meses depois, elas ainda estavam lá e percebi que a água era boa. Foi aí que comecei a cavar. Todo mundo me achava louco! Quando o laguinho já estava com um tamanho razoável, peguei um banco e comecei a pescar. Aí o pessoal foi gostando da ideia e começou a me ajudar a cavar mais e aumentar o lago, lembra o interiorano que sempre gostou de pesca.

Marco Antonio, ex-morador da praça e criador de peixes no litoral paulista, colaborou levando algumas espécies para o local. Outras foram apanhadas em pesqueiros de São Paulo. Hoje, praticamente nove anos depois da iniciativa do dracenense, o lago conta com espécies como carpas, bagres, lambaris, pacus e tambaquis. O pesqueiro da Conchita de Morais, que é gratuito e reservado à pesca esportiva, tornou-se uma diversão para todas as idades. Segundo Lemes, em meados de outubro ele fica cheio de gente.

Morador da praça há sete anos, Geraldo da Silva Filho costuma ajudar a manter o pesqueiro. Todos os dias, quando chega do trabalho, ele faz uma limpeza no lago. Tem muito cortiço por aqui, e o pessoal joga resto de televisão, sofá velho, garrafa PET… Não adianta falar com os vizinhos, pois são pessoas difíceis de lidar, comenta. Silva ressalta que nunca morreu peixe algum por conta de sujeira no lago, pois a limpeza é frequente.

A situação do pesqueiro, que recebe bastante cuidado, não se compara ao restante da praça. O gramado é repleto de lixo, fezes de cachorro e exala um cheiro de animal morto. Sem opções de lazer oferecidas pela prefeitura, a única alternativa é a pescaria. Lemes afirma que é difícil ver algum gari limpando o local que, para ele, necessita de outros equipamentos como academia de idosos, bancos e brinquedos para crianças.

O subprefeito da Vila Maria/ Vila Guilherme, Gilberto Rossi, afirmou que, devido ao baixo número de funcionários, os serviços de limpeza na praça Conchita de Morais ocorrem em um intervalo de 15 a 30 dias. Porém, segundo ele, os moradores podem fazer sempre a solicitação de limpeza por meio do 156, telefone da central de serviços públicos da prefeitura.

Em relação às melhorias do espaço, Rossi informou que a reforma da praça é uma das prioridades para os próximos dois anos. A estimativa de gasto é de R$ 600 mil e está prevista a construção de equipamentos para a terceira idade, brinquedos e a remodelação de canteiros e passeios. Sobre o pesqueiro, o subprefeito adiantou que essa é uma questão que ainda será debatida com os moradores.
 

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Praça com pomar é atração no Alto da Lapa. Foto: Rafael Carneiro da Cunha

Fruta do pé
Cansado de ver o descaso dos vizinhos com a praça em frente à sua residência, no Alto da Lapa, José de Azevedo Júnior resolveu criar um pomar. Plantou a primeira árvore em 2007 e, sete anos depois, o pequeno espaço rodeado por casas já abriga pés de jabuticaba, limão, carambola, laranja champanhe, grumixama, caqui chocolate e até uma parreira.

Aqui era uma praça muito feia, a prefeitura não cuidava e os moradores também jogavam lixo. Tentei mobilizar os vizinhos para limpar tudo, mas eles não quiseram. Aí resolvi fazer sozinho, lembra.

Reinaldo Carlos mora há um ano e meio no local e se diz maravilhado por ter um pomar na frente da sua casa. Dentre todas as frutas, ele já experimentou a uva e aprovou. Já Marilene Lima, que mora próximo à praça, preferia que tivesse somente plantas e flores no espaço. O José não gosta que mexam nas árvores. Não adianta nada isso aí. Nem ele pega [as frutas] e estraga tudo, reclama.

Azevedo diz que as frutas são para todos pegarem, até porque estão em uma praça pública. O que o deixa bravo é quando alguém arranca a fruta e a joga no chão.

Situada na esquina das ruas Marquês de Paraná e Jataí, a praça sem nome da zona oeste impressiona até quem passa por ali. Se tivesse mais espaço, eu plantava mais, afirma Azevedo, que ganhou a maioria das sementes cultivadas.

(18/09/2014 – 16h22)

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