A audiência pública realizada nesta terça-feira (24/5) para discutir o Projeto de Lei (PL) 723/2015, de autoria do Executivo, que propõe a Operação Urbana Bairros do Tamanduateí, reuniu os moradores dos bairros da Mooca e Parque da Mooca para opinarem sobre o projeto.
Na Mooca o projeto pretende criar incentivos ao desenvolvimento econômico através de um polo de economia criativa e pela preservação de patrimônio histórico e cultural.
Territórios como no entorno da estação Mooca da CPTM, na avenida Borges Figueiredo, terão dois espaços tombados pelo patrimônio restaurados e transformados em áreas públicas para receber atividades de economia criativa, segundo explicou o diretor da SP Urbanismo, Gustavo Partezani.
“Polo de startups, aceleradoras de empresas e tudo aquilo que está vinculada à economia criativa. De software, de cinema, de áudio e vídeo, de moda, arquitetura e designer. Tudo que se relaciona com a pauta da universidade da região e a pauta deste processo que está migrando. Acreditamos que a Mooca pode ser o receptor de todo esta indústria. Nada melhor do que espaços que abrigaram a antiga indústria, a antiga rede ferroviária, o antigo processo de trabalho da cidade, receber novos processos”, afirmou Partezani.
Para a jornalista e publicitária Elisabeth Florido, a proposta pode ser revista com relação aos investimentos na requalificação dos bens culturais do bairro. “Esses 4% dos investimentos destinados à restauração, preservação e requalificação dos bens culturais, consideramos que seja muito pouco. Acredito que esta porcentagem não seja só para a Mooca, mas para o Ipiranga também, que tem recorte histórico e faz parte do projeto. Não acreditamos que seja possível realizar essas intervenções qualificadas, que custam muito caro, com apenas esta quantia”, disse.
O relator do projeto, vereador Dalton Silvano (DEM), ressaltou as ações que pretende manter no projeto, como a criação do Parque Dianópolis. “Será uma grande conquista para o bairro da Mooca, um parque com 44 mil m², que teremos até a Favela da Vila Prudente. Outra intervenção que pretendemos fazer [no projeto] na verdade é uma correção no texto para que essa área seja destina a ZEIS 2 (Zona Especial de Interesse Social) para mantermos a comunidade lá”, disse.
Já o movimento de moradores SOS Silveira da Mota voltou a participar da discussão solicitando a revisão da proposta de possíveis desapropriações na rua, que fica no Cambuci. A via deve ser alargada para receber um parque e melhorar a mobilidade na região.“A moradia é o maior sonho de um trabalhador. A Operação Urbana acaba com meu sonho, demolindo a minha humilde casa, meus vizinhos e nossa historia. É possível uma operação sem traumas e já propomos varias alternativas para que isso aconteça”, manifestou o morador Mario Cantone.
O presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente que realizou a oitava audiência pública, vereador Gilson Barreto (PSDB), ressaltou que os vereadores devem analisar os casos de desapropriações. “Estamos muito atentos à questão das desapropriações. Nós, vereadores da Câmara Municipal, ficaremos atentos para chegarmos a um bom termo, verificando um dos principais objetivos que é a preservação do meio ambiente”, afirmou.