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Moradores do Jabaquara continuam intranquilos com construção de túnel

28 de setembro de 2010 - 03:59

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RenattodSousa
Finanças e Orçamento
Tripoli e Donato acham que obra não é prioritária para a cidade

 

A abertura de um túnel com mais de dois quilômetros de extensão para ligar a Avenida Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes, na zona sul, está tirando o sono dos moradores da região, principalmente do bairro do Jabaquara.

O sono não foi recuperado nem com os depoimentos feitos pelo secretário municipal de Infraestrutura Urbana e presidente da São Paulo Obras, Elton Santa Fé Zacarias, e dos representantes do Consórcio Planservi, Engevix e Themag nesta terça-feira (28/09) aos integrantes da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de São Paulo.
 
Ao contrário. A insônia aumentou, pois o secretário disse que um projeto nunca volta atrás. A afirmação foi feita depois que foi dito que o primeiro projeto, que previa apenas o prolongamento da Avenida Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes, agradava aos moradores e aos vereadores, pois causaria menos impacto na região, não haveria desapropriações e seu custo seria menor já que o túnel teria apenas 400 metros
 
“O primeiro projeto não é um projeto é um estudo. Pegaram a planta, fizeram um rabisco, interpretaram que tinha uma dificuldade para atravessar o último trecho em direção a Imigrantes. Falaram que o finalzinho teria de ser em túnel”, explicou Zacarias.
 
De acordo com ele, “quando se vai para o detalhamento do projeto verifica-se as interferências que isso causa. A série de pontes e viadutos que tem de ser feitos. Então, caminhou-se para a solução túnel, que pode ser ajustado com uma embocadura mais para lá mais para cá? Eventualmente pode. Mas, a princípio não tem como voltar para o projeto antigo”, descartou o secretário.
 
Zacarias e os representantes do consórcio informaram que o túnel terá 2,2 quilômetros, três faixas, sendo que cada uma medirá 3,5 metros de largura. Para a sua construção será necessário desapropriar 358 moradias. Também será construída uma Via Parque, com 600 mil metros quadrados, que provocará a desapropriação de mais 900 imóveis. O custo das obras está orçado em R$ 2,2 bilhões.
 
Inserida na área de operação urbana Águas Espraiadas, na zona sul, a Prefeitura pretende financiar as obras por meio dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), títulos municipais vendidos à iniciativa privada para que ele construa acima da metragem mínima permitida pela Lei de Zoneamento. Mas, segundo o secretário, será necessário obter recursos do governo do Estado e da União para completar as obras. 
 
“Essa obra não é prioritária” 
Depois de ouvir as explicações do secretário e dos representantes do consórcio a comissão não tem com clareza a escolha do novo traçado da ligação viária. “A gente ainda não tem claro o porquê da definição desse traçado, que vai afetar, segundo as informações ditas aqui, mais de mil famílias, além das 10 mil famílias que residem na área da favela”, afirmou o vereador Donato (PT).
 
O parlamentar entende ainda que “essa obra, por seu valor, não conseguiu se justificar a sua importância para a cidade. Hoje, o secretário revelou que vai pedir R$ 500 milhões no orçamento do ano que vem só para essa obra, que vai durar mais do que um ano. Então, vai se usar recursos do orçamento para uma obra muito discutível”.
 
Donato destacou que os vereadores vão discutir no Orçamento se essa obra tem a prioridade que o governo está dando. “A gente lamenta que não tenhamos conseguido um efetivo diálogo no sentido de reverter essa obra para que os recursos sejam melhor utilizado na cidade”.
 
Projeto inicial
O parlamentar lembrou que de acordo com as explicações dadas o projeto da obra se encontra numa fase muito inicial. “Curiosamente o grosso do projeto será apresentado com a obra em andamento. Não só nesta, mas em todas as obras públicas o projeto executivo é feito junto com a obra e não anterior a obra. Isso gera claramente mais custos, o processo licitatório nunca é perfeito. Lamento que as coisas sejam feitas dessa forma”, disse.
 
Donato prometeu que vai batalhar para sensibilizar o governo para outra destinação dos recursos. O túnel não é uma obra prioritária para a cidade e que vai custar mais de R$ 2 bilhões, numa cidade com tantas carências. Entendo que esse dinheiro poderia ser melhor utilizado, preservando o que a lei original da Operação Urbana prevê simplesmente uma avenida, sem o túnel, que teria o mesmo efeito viário sem causar tantos danos e impactos à população”.
 
O vereador Roberto Tripoli (PV) também não acredita que a construção do túnel e da Via Parque sejam obras prioritárias para São Paulo. “O valor das obras é muito grande para que tenham prioridade. Prioridade se tem com a Educação, Saúde”.
 
Mas o parlamentar tem esperança de que projeto não prospere. “A aprovação da obra dependerá da votação no plenário da Câmara. É um projeto que requer votação normal, que é de 28 votos. O governo tem os 28. Claro que tem o grupo independente, que é que vai valer. Estamos procurando buscar um consenso. Acho que vai ser difícil, pois o governo bate o pé de um lado e a população do outro. Acho que vai precisar de mais mobilização da população no sentido de buscar o equilíbrio. O projeto pode voltar atrás. Isso já ocorreu várias vezes aqui”.
 
Participaram da reunião os seguintes vereadores: Roberto Tripoli (PV), Aurélio Miguel (PR), José Police Neto (PSDB), Donato (PT), Adilson Amadeu (PTB) e Atílio Francisco (PRB).

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