Ericka Perestrelo
Com o tema A autogestão na habitação da cidade de São Paulo: como avançar na construção de territórios de utopia, a Câmara Municipal promoveu, nesta terça-feira, um debate sobre as experiências em mutirões autogestionados na cidade de São Paulo.
O objetivo do encontro desta terça-feira foi juntar informações que permitam apresentar à Prefeitura um programa específico para a realidade dos mutirões.
A principal reivindicação das entidades de assessoria técnica ao movimento popular de habitação é que o município retome ao antigo modelo de mutirões criado na gestão de Luiza Erundina. Na época, foram construídas cerca de oito mil moradias em sistema de autogestão.
Maria Isabel Nobre de Sousa Cabral, diretora da Ambiente Arquitetura Ltda. lembrou que no município não existe nenhum programa voltado para os mutirões de autogestão.
O coordenador da União Nacional por Moradia Popular , José de Abraão, declarou que a ideia é que, das 55 mil moradias prometidas pela Prefeitura, pelo menos 20 mil sejam destinadas às associações.
Para o vereador Nabil Bonduki (PT), que organizou o debate, nesse momento em que se retoma produção habitacional no município é importante que se abra uma perspectiva de produção por autogestão.
O programa de mutirões foi criado no início da década de 1990 pela Prefeitura de São Paulo e foi pensado como solução habitacional com custo baixo.
A experiência foi premiada e reconhecida internacionalmente pela alta qualidade das unidades produzidas e pela participação ativa das famílias em todas as etapas do projeto.
As construções eram realizadas pelos próprios mutirantes. Ao longo dos anos, porém, a Prefeitura não priorizou a regularização jurídica dos empreendimentos e as famílias ficaram sem a documentação do imóvel.
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