Dos cinco convidados a depor na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Prevent Senior nesta quinta-feira (3/3) apenas três compareceram. Os proprietários da operadora de saúde Eduardo Parrillo e Fernando Parrillo enviaram justificativa de falta aos vereadores, alegando estarem com sintomas gripais, porém sem anexar atestado médico.
Vieram às oitivas o diretor executivo Sérgio Lotze, o coordenador do Centro de Ética em Pesquisa do Instituto Prevent Senior Álvaro Razuk e o ex-diretor executivo Pedro Batista Júnior, que deixou a empresa há cerca de 20 dias. No entanto, um habeas corpus preventivo foi concedido a eles permitindo não ler e não assinar o termo de compromisso com a CPI, além de ficar em silêncio sobre qualquer autoincriminação ou constrangimento.
Perguntados sobre a política da Prevent Senior de distribuição do kit Covid aos pacientes, com medicamentos sem eficácia comprovada como hidroxicloroquina, ivermectina e flutamida, eles responderam que os médicos tinham autonomia em prescrever ou não esses remédios. Também ressaltaram que à época havia esperança que estes remédios trouxessem resultados.
No entanto, o presidente da CPI da Prevent Senior, vereador Antonio Donato (PT), contestou os médicos com base em depoimentos de pacientes. Ele criticou o protocolo utilizado pela Prevent Senior no período mais crítico da pandemia. “Não consigo conceber que pessoas da formação dos senhores vissem a distribuição de flutamida, ivermectina e hidroxicloroquina não falando nada. Me parece uma equação financeira para retardar que os pacientes viessem à rede. É uma empresa centralizada e hierarquizada como vimos aqui”, declarou.
Os vereadores da Comissão também confrontaram os depoentes sobre o estudo do médico Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, apresentado em fevereiro na CPI, onde os hospitais Sancta Maggiore da Prevent Senior aparecem com o maior índice de mortes entre os pacientes internados por Covid-19 em relação a outros hospitais da cidade.
Já os médicos questionaram os critérios utilizados na pesquisa. “Respeito profundamente o doutor Saldiva, mas a gente precisa fazer uma revisão adequada desses dados para que possa ser exposto cada um dos pontos que foi colocado aí”, disse o ex-diretor executivo Pedro Batista Júnior.
Além das oitivas, foi aprovado um requerimento de autoria do vice-presidente da CPI, vereador Celso Giannazi (PSOL), pedindo à Prevent Senior a relação de todos os prestadores de serviço entre os anos de 2019 e 2021 com nomes e os números de CNPJ.
Também participaram da reunião o relator, vereador Paulo Frange (PDT) e o vereador Milton Ferreira (PODE).
A íntegra dos trabalhos desta quinta-feira pode ser conferida no vídeo abaixo: