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Balsa para transporte de passageiros em Copenhague, na Dinamarca
KÁTIA KAZEDANI
Enquanto os países da União Europeia investem em infraestrutura e logística de transporte principalmente hidroviário e ferroviário para tornar a economia mais dinâmica, o Brasil deixou de priorizar essas modalidades para construir rodovias. O coordenador do Grupo Metrópole Fluvial, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Alexandre Delijaicov, cita Dinamarca, Holanda, França, Alemanha e a Noruega como bons exemplos no uso de hidrovias para transportar cargas e pessoas.
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De acordo com o especialista, o Brasil tem condições de ter um sistema de transporte igual ao desses países. O que vai ser construído em São Paulo é um transporte hidroviário urbano, o que não existe em nenhum lugar do mundo. Nos países da Europa são hidrovias intermunicipais para transporte de cargas e de pessoas. O que mais se aproximaria de hidrovia urbana são os sistemas de canais de Berlim (Alemanha) e de Paris (França), afirmou Delijaicov.
Brasileiros que conhecem o transporte hidroviário – seja fluvial ou fluvio-marítimo aprovam a modalidade. A catarinense Lígia Ferraz morou em São Paulo por sete anos e em julho de 2013 se mudou para a Dinamarca, onde cursou parte do mestrado. Ela viveu por um ano na cidade de Aarhus, a 310 km da capital Copenhague. Em suas viagens pelo país escandinavo, cujo território se espalha entre diferentes ilhas e uma área de península, a estudante pôde experimentar o modelo intermodal adotado pelos dinamarqueses. No trajeto entre Aarhus e Copenhague, o sistema rodoviário integrado com o marítimo é dos mais utilizados por moradores e visitantes.
Lígia diz que essa era a opção mais econômica e prática. “O ônibus e o ferry eram bastante confortáveis e seguros. Dentro do barco, todos desembarcavam e se instalavam em poltronas, onde podiam acessar a internet via wi-fi. Também havia lanchonete e restaurante”, contou. A alternativa ferroviária também foi testada e aprovada pela estudante. “Havia dezenas de saídas diárias de trens entre as duas cidades, as duas maiores do país. Todos eram pontuais e confortáveis.”
(30/07/2014 – 18h35)