Flavio Munhoz / CMSP |
Participantes da mesa que debateu tecnologias para abertura de dados neste sábado |
A pesquisadora Haydée Svab, da Universidade de São Paulo, acredita que a implementação do software livre no setor público não é apenas desejável, mas também inevitável no longo prazo. Na opinião de Haydée, a principal barreira para a utilização desses aplicativos é a cultura profissional, o que estaria mudando.
“Tem uma curva de aprendizado. Tem uma curva de mudança de cultura, que leva um certo tempo. Mas eu acho que esse distanciamento de linguagem a gente está começando a superar, principalmente com as gerações mais novas. Eu acho, inclusive, que é algo inevitável”, acredita a pesquisadora.
Haydée foi uma das participantes da mesa Tecnologias para Abertura de Dados, realizada neste sábado (7/6). O encontro faz parte da programação da Hackdays, a maratona hacker da Câmara Municipal, cujo objetivo é desenvolver aplicativos a partir dos dados disponibilizados pelo legislativo paulistano.
Na mesma linha de Haydée, o ativista Rodolfo Avelino, da ONG Coletivo Digital, defendeu que o poder público dê preferência para as tecnologias abertas nas licitações, utilizando soluções proprietárias apenas quando não houver alternativa.
O consultor de tecnologia da informação da Câmara, Eduardo Miyashiro, ponderou que muitas vezes o custo global do software livre é maior que o software proprietário, pois ele inclui variáveis como o treinamento de funcionários e a produtividade da equipe, dificultando a sua implementação pelo poder público. Por isso, ele considera que é importante mudar a forma como é feita essa escolha, aumentando a participação da sociedade no processo.
Existe uma pressão para escolher sempre a alternativa mais barata pelo custo direto, então a gente tem a tendência de ignorar o custo político e social. Por isso, eu acho que faria parte do contexto abrir o processo das decisões, não deixar só nos ombros do técnico”, comentou Miyashiro. (Rodolfo Blancato)
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(07/06/2014 – 16h08)