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Na região do Jurubatuba, existem pelo menos 46 poços contaminados

4 de agosto de 2009 - 03:34

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Juvenal Pereira
CPI Danos Ambientais
Vereadores gostaram da apresentação do estudo das áreas de contaminação na região do Jurubatuba

 

 

Em uma área de 32 km² na região do Jurubatuba, na zona sul de São Paulo, reside o maior risco de contaminação das águas do aquífero Cristalino. No local, existem 513 poços. Desse total, 81 tiveram suas águas analisadas e, em 46, constatou-se que estavam contaminados por composto organoclorados. A informação é do geólogo Mateus Delatim Simonato, da empresa Servmar – Serviços técnicos Ambientais e foi dada aos vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Danos Ambientais, reunida nesta terça-feira (04/08) na Câmara Municipal de São Paulo.
 
Simonato alertou ainda que está ocorrendo um rebaixamento do aquífero devido a exploração exagerada de suas águas – são consumidos 32.881 m³ por dia, um volume equivalente a 2,7% produzido pelo Sistema Guarapiranga. “Com o rebaixamento pode ocorrer uma ampliação da contaminação das águas”, disse o geólogo.
 
As informações constam do Projeto de Delimitação de Áreas de Restrição e Controle de Captação e Uso de Águas Subterrâneas da Região do Jurubatuba. O estudo envolveu uma área de 120 km², sendo que os técnicos delimitaram um terreno de 32 km², onde a contaminação das águas é mais grave.
 
Dos 513 poços existentes nessa área, 50% estão ativos, 13% foram desativados, 4% lacrados, 2% foram tamponados e de 31% não se tem informações. Nesse terreno não são mais permitidas novas concessões de outorgas e todos os poços devem ter suas águas analisadas quimicamente.
 
“O estudo da Servmar, contratado pelo DAEE, em 2007, é um dos mais importantes que vimos na CPI até agora. É uma grande contribuição que recebemos, pois é um estudo bastante profundo numa área de 32 km² e que diagnosticou que a metade dos 513 poços não estão contaminados, sendo que o restante ou foram lacrados ou estavam desativados ou abandonados ou contaminados”, disse o vereador Paulo Frange (PTB).
 
Frange destacou que “o estudo faz uma série de sugestões ao DAEE, além de ter feito o mapeamento da região, discriminando os locais de maior e menor risco e mais distante desse risco, chamando a atenção pela preocupação da área a ser utilizada, como área mista, com indústrias, galpões de armazenamento de produtos próximos de postos de água, inclusive de empresas que fornecem água mineral”.
 
O vereador informou que representantes do DAEE foram convidados a compareceram à CPI para tratar do assunto. “Vamos avaliar o que podemos fazer para contribuir, acelerar a velocidade das ações que o Município, junto com o Estado, devem tomar naquela região, quais as atividades que devemos proibir, pois o adensamento da região é muito grande e as indústrias ainda estão lá. E o momento é oportuno porque está ocorrendo a discussão do Plano Diretor e queremos impor no plano algumas situações restritivas a algumas atividades industriais em algumas áreas como essa do Jurubatuba, onde o solo é poroso e, portanto, facilita muito mais a contaminação dos lençóis aquíferos”.
 
EIA-RIMA
 
Técnicos da Secretária Municipal do Verde e Meio Ambiente informaram que EIA-RIMA do Aeroporto de Congonhas ficou pronto em dezembro de 2008 e que está sendo analisado pela Câmara Técnica do Conselho de Meio Ambiente, além de duas audiências públicas terem debatido o assunto.
 
“Ainda não temos uma análise conclusiva do EIA-RIMA do aeroporto de Congonhas, mas fizemos um pedido de complementação de informações e a resposta tem mais de 300 páginas”, disse Regina Luiza Barros, do Decont (Departamento de Controle da Qualidade Ambiental) da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
 
O vereador Penna (PV), integrante da CPI dos Danos Ambientais, perguntou para a representante da SVMA se neste relatório tem alguma menção à “chuva de querosene”, denúncia feita à CPI em junho pela Associação de Moradores de Vila Noca e Vila Ceci.
 
“Não vi nada sobre este assunto. Sempre recebemos reclamações de moradores sobre os ruídos provocados pelos aviões. Mas se for necessário, colocaremos um técnico de plantão para fazer essa verificação”, disse Regina, que entrará em contato com a associação de moradores para saber mais informações.
 
O EIA-RIMA do aeroporto, feito pela empresa VPC Brasil, foi contratado com o objetivo identificar os impactos e propor as remediações necessárias. O aeroporto foi inaugurado em 1936 e nunca teve licenciamento ambiental.
 
“Esse  EIA-RIMA é um grande avanço. Nós não entendíamos assim e agora compreendemos o que está acontecendo, pois desde 1932 o aeroporto não tinha licenciamento ambiental. Agora, pelo menos existe um estudo de impacto ambiental e agora temos o EIA-RIMA para ser discutido, avaliado. Não se trata de um estudo para a expansão do aeroporto. É um estudo para que possamos minimizar o impacto ambiental que o aeroporto provoca na cidade de São Paulo, que foi construído distante da cidade e a cidade acabou envolvendo-o. Com esse estudo a Infraero, a Prefeitura, o governo federal, a Aeronáutica podem tratar esse assunto com muito mais rigor e cautela, inclusive avaliando as condições de saúde dos moradores do entorno, que enfrentam o problema de ruído.”
 
Participaram a reunião desta terça-feira os seguintes vereadores: Juscelino Gadelha (PSDB), Antonio Goulart (PMDB), Paulo Frange (PTB), Penna (PV), Milton Ferreira (PPS), Alfredinho (PT), Quito Formiga ((PR) e Marco Aurélio Cunha (DEM).
 

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