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Na zona sul, moradores pagam Sabesp, mas não têm água ou esgoto

Por: KÁTIA KAZEDANI - DA REDAÇÃO

16 de setembro de 2014 - 21:02

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Mangueiras improvisadas ligam a rede da Sabesp às casas do Jardim Vera Cruz, enquanto água vazada de adutora brota do chão. Foto: Luiz França / CMSP

No Jardim Vera Cruz, zona sul, boa parte dos moradores realizou por conta própria a ligação com a rede de distribuição de água e o esgoto é jogado a céu aberto, mas mesmo assim os serviços são cobrados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Na capital, a empresa é a responsável por conectar os usuários com as redes de água e esgoto.

A denúncia foi apresentada nesta terça-feira (16/9) aos vereadores da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp, que realizaram uma diligência na região e conversaram com os moradores do local.

Há 40 anos no bairro, o presidente do Clube Comunidade Jardim Vera Cruz, Júlio Fonseca, contou que as obras iniciadas em 2008 pela Sabesp para que as habitações tivessem água potável e saneamento básico ainda não foram concluídas.

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Morador mostra conta da Sabesp. Foto: Luiz França / CMSP

Não sabemos mais quem procurar para resolver o nosso problema, porque além de não termos esses serviços essenciais, ainda recebemos a conta para pagar todo mês. Já procuramos a Sabesp e eles nos encaminham para a subprefeitura de MBoi Mirim. Quando fazemos o que disseram, nos mandam novamente para a empresa, reclama Fonseca.

A dona de casa Tânia Albuquerque está há 20 anos no Jardim Vera Cruz e garantiu que a população nunca teve água encanada. Tivemos que instalar essas mangueiras para termos água em nossas casas, e mesmo assim ainda temos que pagar a Sabesp, explicou.

Os parlamentares foram acompanhados pelo superintendente da unidade de negócios sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza, que afirma que a companhia vai ressarcir quem foi cobrado por serviços não prestados. Precisamos dos endereços dos moradores que dizem que estão pagando e não recebem o serviço, para que possamos ir até o local e analisar a situação, afirmou.

Souza alega que o principal motivo de alguns imóveis estarem sem água e esgoto é a situação fundiária do bairro, uma ocupação irregular. Essa região foi tendo muitas habitações irregulares e a responsabilidade pelo uso e ocupação do solo é da prefeitura. No nosso convênio está especificado que, nesse tipo de caso, a prefeitura é quem fica responsável pela instalação das redes de água e esgoto, cabendo a Sabesp apenas operar o sistema, esclareceu. Quando a prefeitura regulariza esse tipo de lote, ela nos encaminha uma licença e aí então é que vamos até o local para fazer o que é necessário, acrescentou.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação, responsável pelo contrato entre a prefeitura e a Sabesp, foi procurada para dar sua versão sobre o episódio, mas não se manifestou até a publicação desta matéria.

O vereador Ricardo Nunes (PMDB), que sugeriu à CPI a realização da diligência no Jardim Vera Cruz, falou sobre a necessidade resolver rapidamente o problema. Temos uma situação de uma área urbanizada onde houve a instalação de rede de água e esgoto, mas a ligação não foi feita e, por isso, os moradores tiveram que instalar as mangueiras para que a água chegue em suas casas. É improcedente dizer que não há licença, acredita.

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Esgoto é despejado diretamente na represa, apesar da existência de estação
elevatória na região. Foto: Luiz França / CMSP

Saneamento básico
A Estação Elevatória de Esgoto Jardim Vera Cruz responsável por bombear a água para tratamento em Barueri (SP) ficou inoperante por dez anos, de acordo com os moradores. A estação voltou a funcionar na semana passada, isso é uma falta de respeito com a população, relatou Joel dos Reis, que mora há vinte anos no bairro.  Já o representante da Sabesp nega a informação. As bombas sempre funcionaram normalmente.

O vereador Ricardo Nunes acredita na versão da população. Fiz uma vistoria, juntamente com técnicos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, e foi constatado que o esgoto está sendo despejado dentro da represa Guarapiranga. Se a elevatória estivesse funcionando, não veríamos o esgoto a céu aberto e desaguando na represa Guarapiranga, disse.

O presidente da CPI, vereador Laércio Benko (PHS), afirmou que a situação no Jardim Vera Cruz é absurda. Vimos aqui a absoluta ausência do poder estatal, com moradores sem água e esgoto, declarou. Já o vereador Mario Covas Neto (PSDB) enfatizou a necessidade de investigar a fundo a situação.  Vamos averiguar quem são os culpados para que eles cumpram seus deveres, disse.

(16/09/2014 – 17h57)

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