De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde, no Brasil os gastos per capita com saúde foram de US$ 990 dólares em 2010. O documento também aponta que, dessa quantia, menos da metade correspondem aos cofres públicos, apenas US$ 466. O restante são investimentos particulares em serviços de saúde.
Os números da OMS também indicam que os planos privados de saúde, que antes correspondiam a 59% dos gastos com os serviços, em 2010 passaram a 53%.
Em países conhecidos por possuírem um sistema de saúde público de excelência, França e Canadá, o sistema particular de saúde não chega a 30% do total dos gastos. Entretanto, o investimento total per capita no setor foi, em 2010, de US$ 3553 e US$ 3736, respectivamente.
Mas cifras não são as únicas diferenças entre o Sistema Único de Saúde e o atendimento público de referência de países desenvolvidos. A França, que já teve seu sistema de saúde eleito o melhor do mundo pela OMS, restitui seus cidadãos em seus gastos com saúde em percentuais que variam de 70% a 100%. Além disso, desde 2005, todo francês é obrigado a ter um médico de referência, que o acompanha periodicamente, sob pena de ter um reembolso menor no caso de uma intervenção necessária. A medida, na época, foi justificada como forma de reduzir os gastos com cirurgias que podem ser evitadas.
Já no Canadá, os residentes no país possuem um seguro de saúde público, administrado pela província em que reside. As diferentes regiões do país também possuem impostos próprios que arrecadam fundos para serem investidos na saúde. O atendimento do governo não inclui oftalmologistas e dentistas, sendo necessária a rede particular para esses atendimentos. Assim como na França, o governo canadense incentiva o atendimento contínuo por um mesmo médico, com o objetivo de reduzir custos e melhorar a qualidade de vida. (Thais Lancman)
(03/09/2013 – 18h29)