Desde dezembro, quando o proprietário do imóvel onde funcionava o Cine Belas Artes anunciou que não renovaria o contrato de aluguel do prédio com os gestores do cinema, uma intensa mobilização foi gerada na tentativa de preservar o espaço. Ainda no dia 18 de janeiro, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico abriu um processo para analisar o tombamento do imóvel. O prazo inicial para o conselho enviar uma reposta era de 90 dias, mas com o pedido de novos laudos e a pressão feita pela sociedade, essa decisão vem sendo protelada até agora. Na Câmara Municipal de São Paulo já foram realizadas duas audiências públicas para debater a questão.
Cidadãos paulistanos e entidades que vêm contribuindo com o processo têm enviado seus depoimentos sobre sua relação com cinema e os entregado ao Conselho, para que sejam anexados ao processo de análise.
Assim que foi anunciado o fechamento do cinema, frequentadores e simpatizantes organizaram uma passeata pedindo que o poder público interviesse para garantir a preservação do local. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), dezenas de pessoas estiveram no local. Nas faixas e cartazes carregados pelos manifestantes, se encontravam dizeres como “Cine Belas Artes, uma máquina de sonhos, não de dinheiro” e “Gilberto Kassab, São Paulo clama por sua ajuda”.
Os advogados do dono do prédio afirmam que a tentativa de tombamento do local fere o direito de propriedade de seu cliente. O movimento refuta essa tese e afirma que não pretende que o proprietário seja desapropriado, mas somente que seja garantido o funcionamento do cinema que operou no local por quase 60 anos, considerando-o bem imaterial da cidade.
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(15/09/2011 22h09)