RenattodSousa/CMSP
Para o deputado federal Ivan Valente (PSOL), a lei que muda a atual Política Nacional Antidrogas, em tramitação na Câmara dos Deputados, é um retrocesso que só irá contribuir para aumentar a população carcerária do país, sem atingir seriamente o tráfico.
A nova legislação, se aprovada, aumenta a pena para traficantes, facilita a internação compulsória de dependentes químicos e cria um sistema de informações de abrangência nacional.
A visão que norteia isso é errada, é uma visão de repressão, não uma visão de educação, afirmou o parlamentar. É a visão de tornar o usuário um traficante, ou seja, é de encher cadeia, piorar a situação do sistema penitenciário.
Caso a nova política seja implantada, o resultado será um número maior de usuários sendo presos como traficantes, acredita Valente. Para ele, a chamada guerra contra as drogas mostrou-se uma política malfadada em todo o mundo, tanto que está sendo abandonada por diversos países. No ano passado, por exemplo, diversos estados americanos aprovaram a legalização ou a descriminalização do uso de maconha.
A afirmação do parlamentar foi dada durante um evento realizado nesta sexta-feira (15) na Câmara Municipal pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL), que debateu a violência no país. Também participaram do encontro o jornalista Leonardo Sakamoto, presidente da ONG Repórter Brasil, que combate violações aos direitos humanos, e o deputado estadual pelo Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL), que ganhou projeção nacional pelo combate às milícias cariocas.
Vespoli acredita que o papel da Câmara no combate à violência é muito limitado, pois os vereadores têm muita dificuldade em aprovar leis que alterem o orçamento da cidade. Acho que o que podemos fazer é politizar a discussão, trazer a discussão para a sociedade, levar as informações para a população. Até para que ela se organize e tenha mais força, afirmou o vereador. (Da Redação)
(15/03/2013 21h)