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Observatório de Segurança Alimentar debate cultura alimentar, história e memória

Por: JOÃO LUCAS BATISTA
DA REDAÇÃO

19 de novembro de 2024 - 19:00

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Lucas Bassi | REDE CÂMARA SP

Com a presença de conselheiros e integrantes de diversos movimentos, o Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo realizou, nesta terça-feira (19/11), sua 6ª reunião na Câmara Municipal de São Paulo. O encontro, que foi conduzido pelo mandato da vereadora Silvia da Bancada Feminista (PSOL), teve como foco discutir a cultura alimentar, a história e a memória, analisando os hábitos alimentares dos paulistanos e buscando formas de preservar as tradições culturais alimentares da cidade.

Instituído em 2022, o Observatório faz parte do Comusan (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional) e tem como principais objetivos a supervisão, implantação, monitoramento e avaliação de políticas públicas relacionadas ao tema. Além disso, é responsável pela criação de projetos que promovam a segurança alimentar no município. Durante a reunião, foram debatidos tópicos como a conscientização sobre o consumo de alimentos, os estilos alimentares, as tradições culturais e a necessidade de implantação de um sistema integrado de vigilância em segurança alimentar e nutricional.

Tradições alimentares e espiritualidade

Uma das convidadas do evento foi Iyá Adriana de Nanã, conhecida como Mãe Adriana, integrante do Projeto Cabaça. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), promove o cultivo de hortas comunitárias e incentiva o desenvolvimento econômico de comunidades tradicionais de terreiros.

Mãe Adriana destacou que o projeto, conduzido em colaboração com agricultoras da zona leste, busca resgatar conhecimentos ancestrais e fortalecer práticas sagradas relacionadas ao manejo da terra. Segundo ela, os desafios enfrentados pelas comunidades de terreiros, como as restrições ao uso de ervas e proteínas animais para rituais religiosos, bem como o impacto da poluição e da especulação imobiliária, têm dificultado a preservação dessas tradições.

“As proibições impactam diretamente os custos nos terreiros, não só em relação aos animais, mas também às ervas sagradas. Além disso, a poluição em espaços naturais como cachoeiras, e a especulação imobiliária, dificultam o acesso a esses locais e prejudicam a alimentação tradicional dos terreiros,” afirmou.

Cultura alimentar

O membro do movimento Slow Food, Glenn Makuta, também participou da reunião, ressaltando que a cultura alimentar vai além do cultivo e consumo, abrangendo aspectos simbólicos e identitários, como ancestralidade, espiritualidade e territorialidade.

“O conceito de cultura alimentar envolve dimensões simbólicas e identitárias, refletindo a ligação com a ancestralidade e o território. Esses aspectos devem ser levados em consideração na formulação de legislações,” explicou Glenn.

O movimento Slow Food busca promover práticas de consumo consciente, valorizando tanto os produtores quanto os consumidores. A ideia central é utilizar a comida como instrumento de mobilização social, preservando tradições e transmitindo saberes para as futuras gerações, além de fomentar hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis.

Projeto Consciência Cidadã

Outro tema abordado foi o Projeto Consciência Cidadã, apoiado pela vereadora Silvia da Bancada Feminista, que destinou R$ 200 mil para sua execução. O projeto, iniciado em outubro, visa estruturar um sistema de monitoramento nutricional na cidade de São Paulo.

Atualmente em fase de construção, o projeto está promovendo oficinas colaborativas para desenvolver medidas coletivas que integrarão o documento do Inquérito Alimentar de São Paulo, previsto para ser lançado em 11 de dezembro.

Confira na íntegra a reunião do Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional de São Paulo:

 

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