RAFAEL CARNEIRO DA CUNHA
Uma das diretrizes do Plano Municipal de Educação (PME), a educação inclusiva, procura educar conjuntamente alunos com diferentes necessidades educacionais, como deficientes físicos e portadores de dificuldades psicomotoras. A filosofia por trás dessa ideia é promover a tolerância e o respeito nas escolas desde a mais tenra idade.
Para o pesquisador Luiz Henrique Conceição, o texto do PME é um avanço, mas ainda esbarra em alguns problemas na área da educação inclusiva, como onde encontrar os estudantes com deficiência. O cruzamento com os dados da Saúde têm ajudado, mas ainda falta avançar muito nesse processo. Um estudo recente da Agência Europeia de Inclusão apontou que na Itália 95% dos estudantes com algum tipo de deficiência estão na escola comum, afirma.
Mas os problemas da educação inclusiva — que engloba pessoas com deficiência, quilombolas, indígenas e outras minorias — vão além do acesso. Quando matriculados em escolas comuns, muitos desses alunos encontram uma infraestrutura inadequada a suas necessidades.
Segundo Conceição, é preciso melhorar a formação do professor, tirar o medo que muitos têm de trabalhar com minorias e capacitá-los para fornecer o material apropriado para a necessidade de cada aluno. O acesso de estudantes com deficiência, por exemplo, coloca em cheque o modelo de ensino atual, pois exige uma maior quantidade de atividades em grupo, fazendo com que os alunos deixem de ser meros espectadores da aula. Consequentemente, isso diminui o preconceito entre eles.
(15/08/2014 – 12h48)