RenattodSousa / CMSP
O jornalismo passa por uma mudança e ninguém sabe para onde está indo, principalmente por conta das mídias sociais. Esta é uma das conclusões que aparece no trabalho realizado pelo Centro de Pesquisa, Comunicação e Trabalho, da Escola de Comunicação e Artes da USP. Tanto os dados qualitativos quanto os quantitativos coletados estão presentes no livro As Mudanças no Mundo do Trabalho do Jornalista, de autoria dos professores Roseli Figaro, Cláudia Nonato e Rafael Grohmann.
Roseli expôs o resultado da pesquisa e detalhou todo o processo de apuração na tarde desta quinta-feira (17/10), em um evento realizado na Câmara Municipal. A pesquisa se utilizou de quatro amostras diferentes e as perguntas foram feitas para jornalistas associados ao sindicato, os que trabalham em uma grande empresa de comunicação, por meio das redes sociais, e os que são autônomos. A pesquisa conclui que a profissão passou por profundas transformações em um curto espaço de tempo. Em dez anos, por exemplo, as redações passaram a ter outras características, profissionais de outras áreas passaram a também lidar com a informação.
Além disso, foi constatado que o jornalista tem pouco tempo para o lazer, a maioria não consegue fazer um planejamento de vida, ganha um salário de até R$ 6 mil e tem uma carga horária de trabalho que varia de 8h a 12h. A falta de conhecimento em outras áreas além do jornalismo foi uma das reclamações mais recorrentes, e a principal causa disso, segundo os entrevistados, é a falta de tempo.
Nas horas vagas, quando eles têm, a grande maioria vai a academias. É curioso que esses lugares tenham se tornado hoje um espaço cultural, pois você faz publicidade, troca receitas, faz festas e se exercita, afirma Roseli.
Grohmann complementou dizendo que o trabalho domina a vida do jornalista e que isso não deve acontecer, até por questões de saúde. A todo momento ele está pensando em pauta para o dia seguinte, disse.
(17/10/2013 – 18h15)