Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (16/2), o Governo do Estado de São Paulo anunciou a “Semana E” de vacinação infantil contra Covid-19 nas escolas. O objetivo da ação, que irá ocorrer entre 19 e 25 de fevereiro, é aumentar a cobertura vacinal entre as crianças de 5 a 11 anos.
Segundo o governador João Doria (PSDB), “o Governo de São Paulo já disponibilizou 100% das vacinas necessárias para imunizarmos todas as crianças do Estado. As escolas sempre foram grandes aliadas da vacinação e mais uma vez serão um diferencial para alcançarmos a nossa meta de vacinarmos todas as crianças de São Paulo”.
Os municípios que aderirem poderão vacinar as crianças sem burocracia, com apenas um documento de concordância dos pais ou responsáveis, que não precisarão estar presentes no momento da imunização. O termo já foi disponibilizado aos 645 municípios e poderá ser enviado aos pais e responsáveis nas escolas que aderirem a iniciativa.
Durante esta semana, os municípios poderão montar postos volantes de vacinação nas escolas municipais, estaduais e privadas, de acordo com a realidade local. A Secretaria de Estado da Educação irá disponibilizar as escolas neste período para que as equipes de vacinação dos municípios possam ampliar suas estratégias de vacinação.
São Paulo tem hoje 60% da população infantil vacinada com a primeira dose, em um total de 2,4 milhões de doses aplicadas, segundo dados do Vacinômetro desta quarta-feira. A imunização da segunda dose para as crianças que tomaram a vacina Coronavac começa no final de semana.
Coronavac
Durante a coletiva também foi anunciada a entrega, nesta quinta-feira (17/2), de um lote de 10 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde. O Instituto Butantan confirmou um novo acordo para reforçar e agilizar a imunização de crianças contra a Covid-19 em todo o Brasil.
A aplicação da Coronavac em crianças e adolescentes foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no último dia 20 de janeiro. Há 15 dias, o Butantan formalizou ao Ministério da Saúde uma proposta de fornecimento de 10 milhões de doses da vacina. O documento foi enviado em resposta a consulta da própria pasta federal.
“Nós entregaremos a totalidade das 10 milhões de doses que já saem amanhã para os depósitos do Ministério da Saúde. O contrato foi assinado e, portanto, a liberação será imediata. Neste momento, estamos nos preparando para fazer esta entrega amanhã de manhã”, explicou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
No Brasil, as crianças de 5 anos e as imunossuprimidas de 5 a 11 anos só podem receber o imunizante da Pfizer, enquanto as demais podem ser protegidas pela Coronavac. Todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são seguras e eficazes.
As 10 milhões de doses já estão envasadas e certificadas pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan. Em 2021, o Butantan forneceu 100 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações, encerrando o contrato antes do tempo previsto, em meados de setembro.
Quarta dose contra Covid-19
Também durante a coletiva foi anunciado que está previsto para o mês de abril o início da quarta dose da vacina contra a Covid-19. O primeiro grupo a receber mais um reforço do imunizante é de idosos com mais de 60 anos.
A quarta dose será aplicada com a vacina que estiver disponível no Estado e a “que for orientada para a aplicação”, explicou o coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo.
Enquanto isso, segundo Gabbardo, o governo de São Paulo continua buscando os mais de 2 milhões de faltosos que não compareceram para tomar a segunda ou terceira doses de vacina contra a Covid-19.
A quarta dose já vem sendo aplicada na população imunossuprimida do Estado, mas o comitê científico vê a necessidade também de que idosos tomem a quarta dose porque nesse grupo há redução da capacidade imunológica.
Recorde de vacinação
O avanço da vacinação infantil contra Covid-19 no Estado de São Paulo já supera, em um mês, os números de países desenvolvidos e chega quase ao dobro dos EUA. Até o início da tarde desta quarta-feira (16/2), 60% do público de cinco a 11 anos de SP já havia recebido a primeira dose.
Nos EUA, a vacinação de crianças atingiu apenas 32% dessa população no país, apesar de ter começado em novembro de 2021, de acordo com o site do Centro de Controle de Doenças do país. Segundo o Vacinômetro do Estado de SP, o total de doses aplicadas na campanha infantil era de 2,4 milhões às 13h desta quarta, enquanto o público total dessa faixa etária é de cerca de 4 milhões de crianças.
Na Itália, as crianças começaram a ser vacinadas em dezembro e a primeira dose já foi aplicada em 36,27% do público-alvo. Na Austrália, que a exemplo de São Paulo passou a vacinar crianças em janeiro, a dose inicial contra a Covid-19 já chega a 47,62% entre o público de cinco a 11 anos.
O Canadá é o país com percentual de crianças vacinadas mais próximo ao de São Paulo. De acordo com o governo canadense, a imunização infantil começou em novembro e já protegeu 54,61% das crianças com a primeira dose.
As informações sobre a vacinação infantil em São Paulo estão disponíveis no site Vacina Já e também no portal do Governo do Estado. Pelo Vacina Já, também é possível fazer o pré-cadastro para a vacinação infantil. A medida é opcional e não é um agendamento, mas agiliza o atendimento nos postos, evitando filas e aglomerações. Para cadastrar os filhos, os pais ou responsáveis devem acessar o site, clicar no botão “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário on-line.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta quarta-feira (16/2), a capital paulista totaliza 40.876 vítimas da Covid-19 e 1.832.885 confirmados de infecções pela Covid-19.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade e Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo nesta quarta-feira (16/2), é de 61,1%. Já a ocupação de leitos de enfermaria está em 56,7%.
No Estado, a taxa de ocupação em UTIs está em 63,1% e em 52,6% em leitos de enfermaria. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Foram assinadas nesta quarta-feira (16/2) pelo Ministério da Saúde, duas portarias que destinam verba para o atendimento de pacientes com sequelas da Covid-19 nas redes municipais de Atenção Primária à Saúde.
Uma delas destina R$ 160 milhões para tratamento de sintomas pós-coronavírus. A segunda portaria repassa R$ 263 milhões para 2,1 mil Centros de Atendimento para o Enfrentamento à Covid-19 e 82 centros comunitários, em 21 municípios.
Cansaço, falta de ar, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, dor de cabeça, tontura, alterações de memória, ansiedade e depressão são, segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas de pacientes recuperados da Covid-19. Dados apresentados pela pasta apontam que de 30% a 75% dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam esses sintomas após enfrentar a doença.
Os R$ 160 milhões serão repassados aos municípios e ao Distrito Federal. Com o recurso, os gestores locais poderão contratar novos profissionais, construir espaços de tratamento e adquirir materiais. Pela portaria, cada município será enquadrado em uma categoria de prioridade: alta, média ou baixa. O índice leva em consideração quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.
Mais sobre o novo coronavírus 3
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu, nesta quarta (16/2), em sua sede em Brasília, o pedido da Pfizer para uso emergencial do medicamento contra Covid-19 Paxlovid (nirmatrelvir +ritonavir). Segundo a farmacêutica, os estudos demonstram que, quando administrado no início da infecção, o Paxlovid, que é do tipo antiviral e de uso oral, tem a capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. Os dados serão analisados pela Anvisa.
“O prazo de avaliação para o uso emergencial e temporário de medicamento contra a Covid-19 é de até 30 dias. A análise não considera o tempo do processo em status de exigência técnica, que é quando o laboratório precisa responder questões técnicas feitas pela agência no processo”, explicou a Anvisa, em nota à imprensa.
As primeiras 24 horas de análise serão utilizadas para uma triagem do processo e verificar se os documentos necessários estão disponíveis. Se houver informações importantes faltando, a agência pode solicitá-las ao laboratório. No último dia 19 de janeiro, a Anvisa e o laboratório já haviam realizado reunião de pré-submissão do produto, etapa anterior ao envio formal do pedido pela empresa.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta quarta-feira
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus