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Para especialistas, internação compulsória é último recurso

4 de março de 2013 - 21:31

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RenattodSousa/CMSP
SEGUNDAS_PAULISTANAS-332013-Rtto__0045-72-ABRENeste ano, o governo do Estado de São Paulo criou um programa para facilitar a internação compulsória de viciados em drogas. Mas segundo especialistas que participaram do debate  Crack, cracolândia e internação, realizado nesta segunda-feira (4) na Câmara Municipal, esse recurso deveria ser utilizado apenas em casos extremos.

O evento faz parte do projeto Segundas Paulistanas, de iniciativa do vereador Ricardo Young (PPS). Aberto ao público, o evento contou com a presença de especialistas, pesquisadores, autoridades públicas e dos vereadores Eduardo Tuma (PSDB), George Hato (PMDB) e Jean Madeira (PRB).

Para Cecília Mota, diretora do Centro de Apoio Psicosocial (CAPS) do Projeto Quixote, o único da cidade especializado em crianças e adolescentes dependentes químicos, internações involuntárias (a pedido de familiares) e compulsórias (determinadas pelo Estado) são úteis apenas em um número muito reduzido de casos.  O que eu estranho é que isso seja o mote de uma campanha, de uma política pública. Essa é apenas uma das diversas intervenções possíveis para essa população dependente de drogas, afirmou a psicóloga.

A internação compulsória está prevista na Lei Federal de Psiquiatria, em vigor desde 2001. Para realizá-la, é preciso a autorização de um juiz, emitida após o pedido formal de um médico que ateste a falta de domínio do dependente sobre sua condição psicológica e física.

Para cumprir mais eficientemente a lei, o governo do Estado assinou um termo de cooperação com o Tribunal de Justiça de São Paulo para a instalação de um anexo da corte no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod).

O desembargador Antônio Carlos Malheiros acredita que a parceria permitirá que dependentes desamparados pela família recebam tratamento adequado. Ele ressalva, no entanto, que a medida só deve ser utilizada em casos nos quais há risco de morte do usuário. O que eu chamo de risco de morte é a atitude passiva ou ativa do dependente. A passiva é ele morrendo. Outro dia, por exemplo, nós encontramos no Cratod um dependente com aids, tuberculose e sífilis, exemplificou o magistrado. No caso em questão, o juiz disse que um familiar pediu a internação, então não foi preciso agir compulsoriamente.

O vereador Ricardo Young acredita que o problema do crack é um dos mais graves enfrentados pela cidade, e apesar de ser debatido amplamente parece não ter uma solução à vista – e por isso foi um dos temas escolhidos para serem discutidos. Nós não temos avançado no consenso necessário para envolver o conjunto da população em políticas públicas claras que possibilitem a solução deste problema, disse o parlamentar.

SEGUNDAS PAULISTANAS

O projeto Segundas Paulistanas traz para a Câmara Municipal, sempre às primeiras segundas-feiras de cada mês, debates sobre temas considerados críticos para a cidade.

Depois de cada evento, a rede social Cidade Democrática é usada para organizar as ideias discutidas e criar propostas para o município.(Rodolfo Blancato)

RenattodSousa/CMSP
SEGUNDAS_PAULISTANAS-332013-Rtto_0064-72-ABRE

Confira o vídeo:

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(04/03/2013 21h31)

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