No último sábado (20/7) foi realizada uma oficina no CEU São Carlos para discutir a revisão do Plano Diretor Estratégico com os moradores de Ermelino Matarazzo. Localizada na Zona Leste, a região tem uma população de 207 mil habitantes e o quinto menor orçamento da cidade de São Paulo, pouco mais de R$24 milhões.
O vereador Vavá (PT) destacou que a revisão do Plano Diretor é muito importante. A população aqui precisa de tudo, resumiu, destacando transporte público como uma prioridade. Aqui nos últimos oito anos não foi construído um metro de corredor de ônibus, faixas exclusivas. O povo que depende do transporte nessa região passa apuro, disse.
Cláudio Toshio, subprefeito de Ermelino Matarazzo, afirmou que apesar dos avanços, os moradores reivindicam melhorias. Ele falou sobre as principais necessidades da região e destacou a questão das creches. É uma demanda que a gente tem e a Secretaria de Educação está, inclusive, inaugurando uma creche aqui na nossa região, provavelmente coisa de quinze dias. Ainda assim a carência é grande. A gente está à procura de terreno, já indicamos alguns para a secretaria, de forma que ela faça o mais rápido possível essas creches, contou.
Representantes de diversos movimentos sociais participaram das oficinas temáticas que colheram propostas da população. Elenice Avelino da Silva Melo, representante da Associação Comunitária das Mulheres do Movimento Sem Terra de Ermelino Matarazzo, lembrou a situação irregular de milhares de moradores.
Hoje nós estamos aqui novamente reivindicando o Título de Posse da área da Vila Robertina. Lá nos temos 48 famílias que já estão lá há quase 30 anos, nós temos um equipamento, que é uma creche que atende mais de 100 crianças. Não teve gasto nenhum do poder público. Nós construímos nossas casas, cada morador foi construindo de pouquinho. A única coisa que falta mesmo é o Título de Posse. A gente está aqui para isso e vamos continuar nas lutas pelo restante das coisas que precisam para a cidade. Em todas as nossas lutas é isso que a gente faz com qualquer governo: é estar lá indicando as saídas para que a comunidade, para que a população de São Paulo tenha uma qualidade de vida melhor, contou.
O deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB), morador da região durante muitos anos e ex-vereador, participou da aprovação do atual Plano Diretor, em 2002. Ele ressaltou que planejar a cidade é fundamental para São Paulo: Nós vamos planejar o desenvolvimento de São Paulo para os próximos dez, vinte anos. Isso é fundamental.
Como exemplo de projeto necessário, ele citou o Jardim Keralux: bairro isolado, entre a linha do trem, o rio Tietê e a Rodovia dos Trabalhadores, ele não tem uma ligação ou alça de acesso. Além do planejamento, o deputado também disse que é preciso mais investimentos na região para que ela se desenvolva.
A periferia não pode ser só área-dormitório, aonde os trabalhadores vão para dormir. O Plano Diretor pode já fazer esse planejamento levando em consideração que aqui na região nós podemos criar polos industriais, com indústrias não poluentes, para gerar emprego aqui, observou.
A representante da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Carolina Heldt, explicou que a revisão do Plano Diretor faz parte de um trabalho profundo de mudanças na cidade de São Paulo. A primeira etapa é a revisão do Plano Diretor da cidade. A Segunda etapa será a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, em seguida Código de Obras, leis específicas e Planos de Bairro também. Há um cronograma mais extenso dessa revisão do Marco Regulatório que precisa ser entendido justamente para poder se aprofundar nos temas de cada momento de discussão, detalhou, contando que o processo terminará em 2016.
Para o Plano Diretor Estratégico, a secretaria está recebendo propostas até 30 de julho. Basta acessar o site Gestão Urbana SP, onde também está disponível um balanço dos encontros já realizados nas demais subprefeituras.
Jeldean Silveira
(22/7/2013 12h38)