A notícia de que o Ministério Público Estadual (MPE) irá investigar a liberação de vias públicas para a realização de eventos religiosos na cidade de São Paulo gerou manifestações de repúdio de vereadores ligados a igrejas evangélicas na sessão plenária desta terça-feira (8) da Câmara Municipal de São Paulo.
O MPE argumenta que eventos muito grandes geram interrupções de tráfego, excesso de ruído e congestionamentos. Carlos Apolinário (DEM) criticou a postura do órgão, que, em sua visão, utiliza dois pesos e duas medidas, pois estaria mirando apenas as reuniões organizadas por religiosos.
São Paulo tem vários eventos na cidade, questionou o parlamentar. Um deles, na semana passada, foi a Fórmula Indy. Outro evento é o Carnaval. Nós temos vários eventos menores, que são feitos inclusive na Avenida Paulista.
Um dos eventos investigados pelo MP é a festa de 100 anos da Assembleia de Deus, realizada no Estádio do Pacaembu em 15 de novembro de 2011. A alegação é que a liberação desrespeita determinação da Justiça que proíbe, desde 2009, a realização de eventos não esportivos na arena.
A vereadora Marta Costa (PSD), que é membro da Assembleia de Deus, defendeu a realização da festa. Esse evento que foi feito no Pacaembu, nós fizemos com toda a organização que foi exigida pelas autoridades. Nós pedimos ao Executivo, ele nos orientou a falar com a Procuradoria, e foi dada a devida autorização, disse.
O vereador Adilson Amadeu (PTB), que pouco antes havia discursado contra a utilização de espaços públicos para eventos grandes, pediu um aparte e defendeu que grandes reuniões sejam transferidas para locais pouco povoados, na periferia da cidade.
(08/05/2012 20h38)