A situação da construção de um conjunto residencial popular no Parque dos Búfalos, na zona sul de São Paulo, voltou a ser debatido na Comissão de Meio Ambiente nesta terça-feira (17/11). Órgãos envolvidos na obra estiveram presentes e deram explicações.
Henny Freitas, integrante do Movimento Parque dos Búfalos, se mostrou indignada com o que a prefeitura vem fazendo no local. Segundo ela, mais de 500 árvores foram retiradas, ninhos de corujas-buraqueira foram soterrados. A obra já começou, a terraplanagem foi feita e agora um estudo de solo está sendo feito.
“O Parque dos Búfalos atualmente é a última região verde, livre de construções, de toda a Cidade Ademar. É a única área de lazer da população. É uma área onde as crianças vão fazer combate de pipa. É a quarta maior área de parapente do Estado de São Paulo. O problema não é de habitação, porque há muitas áreas ociosas na cidade que poderiam comportar essas pessoas que estão indo morar lá no Parque dos Búfalos”, disse.
De acordo com Julio César dos Reis, assessor jurídico na Secretaria do Verde e Meio Ambiente, toda a compensação arbórea será feita na própria área do parque.
Para o vereador Ricardo Young (PPS), o balanço da reunião não é muito bom, já que a pessoa mais esperada, o representante da empresa que está executando a obra, não esteve presente. “Tivemos aqui a presença dos órgãos de governo envolvidos na questão do Parque dos Búfalos, mas não tivemos a empresa que vai construir o conjunto residencial. É um absurdo uma empresa que está construindo em cima de uma licitação pública não prestar constas publicamente do que está fazendo”, afirmou Young.
A meta da prefeitura é construir no terreno 3.860 unidades habitacionais pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. O complexo deverá receber cerca de 20 mil moradores. O projeto também prevê a construção de um parque, com equipamentos de esporte e lazer.