Quem hoje passa pelo Parque Trianon, um pedaço de mata nativa em plena Avenida Paulista, não tem ideia de que o local quase foi fechado ao público e teve grande parte de suas árvores cortadas para se transformar num reservatório de água. Os responsáveis por impedir a ação, proposta pelo governo do Estado, foram os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo (CMSP).
Em 1914, época em que ecologia e aquecimento global ainda não eram grandes preocupações, os vereadores Ernesto Goulart Penteado, Raphael Archanjo Gurgel e Antonio Baptista da Costa, membros da Comissão de Obras da Câmara, emitiram parecer contrário à transformação do parque.
Eles alegaram à época que “o clima não era mais o de outrora” e “não havia quem ignorasse os males ocasionados pela devastação das matas nos arredores da capital”. Constatavam, ainda, que “as águas diminuíam a olhos vistos e a salubridade (condições de saúde) pública sofria com o mau hábito da destruição das matas”.
Com essas justificativas, recusaram, o pedido da Repartição de Águas e Esgotos, órgão da administração estadual, que havia solicitado construir um reservatório de água no parque, uma área de 4,86 hectares (48.600 m²) coberta com árvores da mata atlântica, na avenida que já era um dos pontos mais elegantes da cidade.
Para conhecer mais detalhes sobre essa história da cidade de São Paulo acesse o Centro de Memória da Câmara Municipal de São Paulo e conheça os registros do passado político, social e cultural.