Luiz França / CMSP
A Câmara realizou nesta quinta (22/8) uma audiência pública para debater o transporte público na cidade. Entre as demandas levantadas pelas diversas entidades que participaram do evento, se destacaram o passe livre e a estatização do sistema municipal de transporte.
Representantes da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel) aproveitaram a ocasião para realizar o lançamento de um projeto de lei que a entidade pretende emplacar em várias cidades do país.
O texto garante passe livre para estudantes e desempregados em todos os meios de transporte da cidade e estipula que o dinheiro para financiar a medida viria da diminuição dos lucros das concessionárias. Para Arielli Moreira, membro da executiva nacional da Anel, o setor tem lucros exorbitantes. Confira entrevista:
Já o vereador Toninho Vespoli (PSOL) defende o passe livre para toda a população. Na visão dele, o custo da medida poderia ser coberto pelo aumento de impostos, como o proposto pelo prefeito Fernando Haddad na última semana. Em um evento, Haddad afirmou que um aumento de R$ 0,50 no litro da gasolina permitiria reduzir a tarifa de ônibus de R$ 3,00 para R$ 1,80.
Uma das questões que já foi discutida várias vezes aqui é o IPTU progressivo. Por que não cobrar mais de quem tem mais e transferir esse dinheiro para um fundo de transportes, questionou o socialista.
O presidente da CPI dos Transporte Público, Paulo Fiorilo (PT), disse que os trabalhos da comissão indicarão caminhos para diminuir o preço do transporte na cidade. Esse debate está embutido na discussão que estamos fazendo, se 6% de lucro é muito ou é pouco. Para mim, é muito, declarou Fiorilo.
Ouvir as ruas
A audiência foi convocada na semana passada pelo presidente da Câmara, José Américo (PT), após negociar com um grupo de manifestantes que se reuniu em frente ao Palácio Anchieta para pedir melhorias no transporte público.
Em sua fala no evento, Américo enfatizou que os chamados protestos de junho, cujos desdobramentos ainda perduram, mostraram que há uma grande insatisfação com os serviços públicos, cuja qualidade não acompanhou o aumento do padrão de vida da população nos últimos anos.
As pessoas hoje não brigam só por melhores salários. Elas também brigam por transporte de qualidade, saúde de qualidade, educação de qualidade. Quando as pessoas deixam de buscar reivindicações meramente econômicas é um sinal de progresso, afirmou o petista.
Já o vereador Ricardo Young (PPS) acredita que a audiência serviu para ouvir o que as ruas têm a dizer para os governantes. Ouça entrevista:
Luiz França / CMSP
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(22/08/2013 – 21h19)