Kátia Kazedani
Habitação de interesse social é o principal problema da população dos distritos – Barra Funda, Jaguaré, Lapa, Jaguara, Perdizes e Vila Leopoldina que fazem parte da subprefeitura da Lapa, Zona Oeste da capital paulista. A necessidade de políticas voltadas para moradias na região foi defendida por mais de 200 pessoas que participaram neste sábado (27) de uma oficina para debater a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade.
Integrante do Conselho Gestor da Comunidade Água Branca, também conhecida como Favela do Sapo, Mauria Cristina Anastácio afirmou que pelo menos 700 pessoas estão sem ter onde morar. A Prefeitura acabou com a Favela do Sapo há mais ou menos quatro anos. Desde então, muitas famílias estão sem ter onde morar até hoje e apenas alguns recebem bolsa aluguel no valor de R$ 300. Esse dinheiro não é suficiente para pagar uma casa, disse Mauria, que precisa tirar R$ 200 de seu salário para pagar o puxadinho em que vive, próximo ao terreno onde ficava a comunidade.
A mesma situação enfrenta o conferente Marcos Felipe. Morador da região há mais de 20 anos, ele defende a construção de habitações de interesse social. Estão acabando com as favelas e não estão nos dando condições de permanecer na região onde construímos nossas vidas. Os imóveis estão muito caros e a bolsa aluguel não é suficiente, afirmou. Segundo ele, muitos moradores da Favela do Sapo foram para outras comunidades e precisaram até mesmo pedir demissão do emprego por conta da distância.
O integrante da União dos Moradores da Nova Jaguara Elias Ferreira dos Santos ainda sinalizou para a infraestrutura precária dessas regiões. As habitações de interesse social resolveriam esse tipo de problema, acredita Elias.
Além da habitação, o subprefeito da Lapa, Ricardo Pradas, falou da importância da reabertura do Hospital Sorocabana. É um equipamento de saúde muito importante e vai beneficiar a população, destacou. Pradas ainda falou sobre a necessidade de ações de assistência social, principalmente, na Vila Leopoldina. Temos muitas pessoas em situação de rua e precisamos intensificar os trabalhos de assistência social nessa área, acrescentou.
Transporte
Os participantes da oficina também ressaltaram a necessidade de mais linhas de ônibus e ciclovias na região. Para o diretor acadêmico da Faculdades Integradas Rio Branco, Alexandre Uehara, os moradores enfrentam dificuldade para se deslocar. Muitas pessoas precisam se deslocar para trabalhar e gastam horas para ir e voltar porque não tem muitas opções de linhas de ônibus, disse.
A engenheira eletricista Renata Leite defendeu a integração dos diferentes modais e a construção de ciclovias. Da minha casa ao trabalho são apenas cinco quilômetros. Se tivéssemos ciclovias, por exemplo, na Avenida Gastão Vidigal e na Ponte Jaguaré, eu poderia chegar no trabalho em vinte minutos. No entanto, como é perigoso por não ter as condições necessárias, preciso pagar a passagem de trem para andar apenas uma única estação e fazer um trajeto à pé, gastando cerca de 40 minutos, afirmou.
(29/7/2013 – 11h)