RenattodSousa / CMSP
Em evento realizado na noite desta segunda (14/10) para debater os desafios do novo Plano Diretor, que deve ser votado ainda esse ano na Câmara, o vereador José Police Neto (PSD) defendeu um melhor estudo dos recursos necessários para produzir a cidade que queremos.
Não adianta a gente anunciar uma série de intervenções custosas ao município e a não ter um estudo adequado de que economia é essa, que economia deve ser incentivada para produção de riqueza na cidade e para os cofres público, declarou ex-presidente da Câmara.
O debate reuniu diversos especialistas sobre o tema, entre eles o ex- secretário de transportes, Frederico Bussinger, que ocupou o cargo nas gestões Serra e Kassab. Preocupado com a situação da mobilidade urbana na cidade, Bussinger defende a rápida ampliação dos meios de transporte de pessoas e cargas dentro da cidade.
Eu quero trazer aqui duas propostas concretas que são as plataformas logísticas [locais de integração de vários modais, como terrestre, ferroviário, aquático e aéreo] e o projeto do hidroanel metropolitano, declarou o especialista.
Um dos grandes problemas da cidade, a ocupação irregular das franjas da periferia, é um dos aspectos que mais preocupam, segundo José Armênio de Brito Cruz, presidente da seccional paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasi (IAB). Para ele, não há alternativa que não seja a verticalização e a compactação da cidade. Os índices de São Paulo estão, se não me engano, em cerca de 100 habitantes por hectare, que ainda é um índice baixo por padrões internacionais. Se nós comparamos com Paris, Nova Iorque, cidades menores que São Paulo, mas com uma densidade de cerca de 300 habitantes por hectare.
Já o urbanista Carlos Leite vê uma grande dificuldade em diminuir o atual espaçamento da população dentro do território da cidade. É um problema hoje que não dá para voltar atrás. Não admite, na minha opinião, uma visão saudosista: não dá para expulsar essas pessoas, são milhões, declarou.
Como exemplo de projeto bem sucedido nessa área, Leite citou o processo de urbanização do Cantinho do Céu, um bairro localizado em área de manancial, à beira da represa Billings. Ao invés de remover toda a população em situação irregular, a Prefeitura interviu diminuindo o impacto ambiental causado pela comunidade nas águas da represa.
Obras de infraestrutura como a instalação de esgotamento adequado e a criação de parques lineares mitigaram consideravelmente o problema. É você transformar esses lugares com o mínimo de remoções, acabando com as áreas de risco, explicou o urbanista.
O objetivo da gestão do prefeito Fernando Haddad é votar o Plano Diretor ainda em 2013. O projeto já está em tramitação na Câmara, que deve realizar uma série de audiências públicas sobre o tema.
– Saiba mais sobre o projeto de revisão do Plano Diretor
(14/10/2013 – 21h10)