A construção da Ponte de Pirituba em complemento a Operação Urbana Água Branca, na zona norte da capital, foi tema de Audiência Publica pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara, realizada nesta quinta-feira (04/12).
O projeto da nova ligação viária do bairro de Pirituba à Lapa foi apresentado pelo diretor de Desenvolvimento de Projetos da SP Obras, Ricardo Pereira Silva. Segundo Silva, a ligação está em processo de licitação e deve começar a ser construída no segundo semestre de 2015. Terá 3.200 metros de extensão a partir da Av. Raimundo Pereira Magalhães até a região central da Lapa e passará sobre rio Tietê, contemplando três faixas de tráfego para os dois sentidos.
“A ponte dará prioridade ao transporte coletivo, com ciclovias e corredores de ônibus que vão economizar cerca de 25 minutos no tempo das viagens, além de desafogar o transito da Ponte do Piqueri”, disse Silva.
Para Cleto Victor, representante do “Movimento Ponte Pirituba Já”, a construção é uma forma de ressarcimento histórico à população. “Esta ponte existia até 1964, foi demolida para construção das marginais e acabou não sendo reconstruída. Hoje Pirituba esta ilhada. E esta seria uma solução, a porta de entrada para o bairro”, afirmou.
Victor ainda ressaltou que o projeto deve ser mais discutido junto com todos os moradores envolvidos. “Não queremos que esta obra seja um problema para nenhum dos lados. Acredito que temos que discutir mais com os moradores da Lapa sobre a recepção do fluxo no trânsito e as possíveis desapropriações que irão acontecer”, completou.
Apesar do reconhecimento da importância dos benefícios da nova ligação, a população não se mostrou satisfeita com o projeto atual. Entre as manifestações mais recorrentes está à falta de abas de acesso a Marginal Tietê, o que segundo os moradores pode dificultar ainda mais a situação do trânsito na região.
“Não somos contra a construção da ponte, somos contra a forma que está sendo projetada, em uma linha reta. Nossa proposta é que haja pelo menos duas abas de acesso a Marginal, para que tenhamos mais opções de saída”, afirmou o representante da Amocity Lapa, Jairo Glikson.
Para o diretor de Desenvolvimento de Projetos, as manifestações apresentadas na Audiência são válidas e devem fazer parte de novos estudos. “Vamos rever algumas questões e estudar se podemos ou não contemplar as solicitações da população. Temos uma flexibilização limitada por conta das construções que existem no local. As próprias abas de acesso próximas a Rodovia dos Bandeirantes podem não resolver o problema, mas talvez agravar ainda mais o trânsito na entrada da cidade”, afirmou Silva.
O vereador Paulo Frange (PTB), proponente da Audiência, ressaltou que apesar do impasse, o projeto apresenta um grande avanço para a solução do estreitamento de acessos à Pirituba, uma região muito adensada. “Entre o projeto de hoje e o que foi apresentada logo na aprovação da Operação Água Branca, houve um avanço muito grande. Muitas soluções foram modificadas por serem encontradas outras melhores. Acredito que agora se deve aprimorar a chegada à Lapa, esse é o desafio dos técnicos que com certeza tem competência para isso. Teremos mais reuniões e não só com os técnicos. É importante ouvir e discutir com todos. Muitas cabeças pensando trazem mais soluções” concluiu.