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População discute políticas públicas para negros

Por: - DA REDAÇÃO

9 de maio de 2017 - 21:08

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André Bueno/CMSP

Participantes demonstraram apoio às cotas raciais e ao fomento à cultura

A Câmara Municipal de São Paulo recebeu nesta terça-feira (9/5) o evento “Quem tem cor age” para discutir políticas públicas voltadas à população negra. Durante o evento, os participantes demonstraram apoio às cotas raciais, aos feriados – como o da Consciência Negra – e ao fomento à cultura.

Para o professor de jornalismo da USP (Universidade de São Paulo) Dennis Oliveira, é fundamental que as cotas raciais sejam, mantidas. “É um problema quando as faculdades, como a USP, não adotem essas medidas fundamentais para dar oportunidades aos jovens negros cursarem o ensino superior e terem um emprego melhor”, explicou.

O congelamento de 43,5% da verba prevista para a Cultura – anunciado no início do ano pela prefeitura – foi mais um dos problemas apresentados pelos participantes. De acordo com o poeta de rua e produtor cultural, Back Spin, os recursos são importantes para estimular os movimentos de regiões mais carentes.  “O congelamento atinge todos, principalmente os que estão nas periferias”, disse.

O organizador do evento, Netto Duarte, acha fundamental que mais debates como esse ocorram. “Precisamos reafirmar nossas lutas, principalmente em um momento onde alguns reacionários estão colocando em cheque todas as políticas conquistadas para a população negra”, comentou Duarte, que detalhou o motivo de escolher o mês de maio para realizar o “Quem ter cor age”.

“Comemoramos [em 13 de maio] a assinatura da Lei Áurea e a abolição da escravatura, que é uma mentira. Uma vez que o povo foi alforriado sem nenhum direito”, acrescentou.

O evento foi promovido pelo vereador Toninho Vespoli (PSOL). “A história mostra que os negros foram libertados sem que seus direitos fossem garantidos. Não podemos aceitar que nenhuma política tenha retrocesso. Porque elas não são privilégio, mas sim políticas reparatórias. O que precisamos é avançar mais”, disse ele.

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