Secretário de Educação, Antonio Cesar Russi Callegari (de gravata vermelha), participou de audiência na Câmara Foto:Luiz França/CMSP
A falta de vagas em creches para crianças foi o principal problema sinalizado pela população durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (3/11) na Câmara Municipal para debater o Projeto de Lei (PL) 467/2014, do Executivo, que trata da peça orçamentária da capital paulista para 2015. No evento, o secretário de Educação, Antonio Cesar Russi Callegari, afirmou que essa é uma das prioridades de sua pasta, que contará com um orçamento 7% maior do que neste ano totalizando R$ 10 bilhões.
A moradora Maria do Socorro, de Itaquera, na zona leste, foi uma das participantes que reclamou que faltam creches na região. As crianças não têm um local para ficar enquanto os pais vão para o trabalho e queremos que a prefeitura planeje a construção de novos equipamentos de educação no nosso bairro, reclamou.
O secretário garantiu que a criação de mais vagas já estão previstas para o próximo ano. Vamos aumentar o número de vagas em creches para crianças de 0 a 3 anos. Neste ano, já ampliamos em 25 mil novas vagas, e vamos continuar criando mais, afirmou Callegari.
Outra necessidade para a capital paulista, de acordo com as pessoas que participaram da audiência, é a construção de mais CEUs (Centro Educacional Unificado) – complexo que reúne atividades educacional, esportiva e cultural. Queremos pelo menos um CEU na Liberdade, centro, porque a infraestrutura das escolas municipais deixa a desejar e com esse equipamento seria possível resolver vários problemas, inclusive da falta de vagas em creches, pediu o professor Juscelino Pereira de Almeida.
Para Callegari, essa reivindicação da população também está entre as prioridades de sua pasta. A decisão do prefeito Fernando Haddad é criar mais CEUs, mas em terrenos público para evitar o longo processo de desapropriação. No caso da região central, já estamos procurando um terreno para fazer esse equipamento, adiantou.
O vereador Paulo Fiorilo (PT) concordou com Callegari. O grande problema na região central é área pública disponível para construir os equipamentos. Não é fácil pensar nisso, mas a prefeitura está disposta a buscar alternativas, disse.
Os vereadores da Comissão de Finanças afirmaram que, de fato, a educação precisaria de mais recursos para conseguir dar conta de toda a demanda. A audiência pública foi muito positiva e percebemos aqui que as principais demandas são a construção de creches, CEUs e equipamentos públicos na educação. O orçamento está bem elaborado e não tem de onde tirar, na verdade, precisaria colocar mais recursos, disse o relator do projeto, vereador Ricardo Nunes (PMDB).
Fundação Paulistana de Educação e Tecnologia
A diretora-presidente da Fundação Paulista de Educação e Tecnologia, Mariana Neubern de Souza Almeida, também fez uma apresentação de como serão investidos os R$ 21 milhões previstos para a entidade.
De acordo com ela, R$ 13 milhões serão do tesouro municipal e outros R$ 8 milhões virão do governo federal. Para ampliarmos as ofertas de cursos técnicos teremos essa parceria com o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e por isso receberemos também esses recursos federais. Assim conseguiremos suprir a demanda que o Sesc (Serviço Social do Comércio) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) não conseguem suprir, explicou Mariana.
Para o relator do projeto, esses recursos poderiam utilizados de outra forma, já que o que a Fundação fará será o mesmo já desenvolvido pelo Sistema S. Acho que cada uma deve cuidar de fortalecer o que já existe e não criando mais cargos e vagas, devemos enxugar e melhorar o que o município oferece, disse Nunes.
(03/11/2014 16h58)