As escolas das redes pública e privada da cidade de São Paulo poderão reabrir a partir de 1º de fevereiro e funcionarão, inicialmente, com apenas 35% da capacidade total. Já o retorno às aulas presenciais, na rede pública, está previsto para 15 de fevereiro. As informações foram dadas na manhã desta quinta-feira (14/1), em coletiva on-line realizada pela Prefeitura de São Paulo.
Ainda de acordo com a administração municipal, o retorno presencial dos alunos não será obrigatório e as famílias poderão optar se mandarão ou não os filhos para as aulas. Em relação ao corpo docente, professores com mais de 60 anos ou com comorbidades não retornarão às atividades presenciais.
Durante a coletiva, o secretário municipal de Educação, Fernando Padula, apresentou um detalhamento dos investimentos da pasta na infraestrutura necessária para o retorno das atividades presenciais, bem como das ações destinadas à melhoria das atividades virtuais desenvolvidas até o momento, como a compra de equipamentos e a formação dos professores.
Padula também falou sobre o planejamento da retomada das atividades. “Na rede municipal, nós teremos um primeiro momento de planejamento, acolhimento dos professores e checagem da avaliação diagnóstica. Então as atividades começam dia 1º com os professores e, dia 15, com os alunos. E, nesse período, já terão atividades remotas para os alunos”, explicou.
O secretário de Educação informou, ainda, que nas próximas semanas de janeiro haverá um trabalho de checagem de todas as unidades escolares da rede própria e da rede parceira do município para avaliar se as escolas têm condições de retomada das atividades presenciais. “Não tendo, não abriremos”, destacou Padula.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, a recomendação pela reabertura das escolas e o retorno às aulas presenciais leva em consideração a relevância do impacto no bem-estar biopsicossocial das crianças e adolescentes.
A recomendação também foi embasada por revisões sistemáticas que “sugerem que não há evidências suficientes de que as crianças sejam casos-índice para transmissão” do novo coronavírus, além da observação ao longo do ano das taxas de incidência, internação e óbitos em crianças no município de São Paulo, que revelam taxas baixas que se mantiveram consistentes para esse grupo etário.
“Foi preciso que a gente tivesse um longo tempo de análise, de observação, para tomar uma decisão que fosse a decisão mais adequada e tomada no momento e no cenário mais adequado”, ressaltou o secretário de Saúde.
Como forma de acompanhar o retorno das aulas e a segurança de pais, alunos e professores, haverá a implantação de um sistema de monitoramento de vigilância da Rede de Educação Municipal com a criação das chamadas escolas sentinelas – unidades escolares selecionadas de acordo com as características territoriais que serão monitoradas pelas 28 Unidades de Vigilância em Saúde e pelas Unidades Básicas de Saúde como referência para as escolas de seu território.
“Nós teremos todos os dados de alunos, funcionários e também de pais. Essas escolas sentinelas, do ponto de vista da saúde pública, será a referência de como vai ser este retorno de aulas e, eventualmente, das decisões que serão adotadas”, comentou Edson Aparecido.
Participaram da coletiva o vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e a secretária-adjunta de Educação, Minéa Fratelli. A íntegra dos anúncios pode ser vista neste link.
Estudo de sororreversão
Também nesta quinta-feira, foram apresentados os resultados do estudo de sororreversão feito pelo município, que realizou a retestagem da população de 18 anos e mais participantes do inquérito sorológico 2020. O objetivo é estudar a ocorrência de sororreversão, ou seja, se houve queda de anticorpos nos casos com exame sorológico reagente (positivo).
Segundo os resultados, a taxa geral de sororreversão no município foi de 21,4%. Ou seja, na retestagem, em 1/5 da população não foram detectados anticorpos para o novo coronavírus. Além disso, o estudo também observou que a taxa de sororreversão em pessoas assintomáticas foi de 26%, superior ao índice geral.
Inquérito sorológico
Ainda nesta quinta-feira, foram apresentados os resultados da fase 1 do inquérito sorológico 2021 do município de São Paulo. O estudo, realizado em maiores de 18 anos entre os dias 5 e 7 de janeiro, visa conhecer a situação sorológica da população para direcionar novas estratégias de atenção à saúde, considerando o novo cenário epidemiológico.
De acordo com os resultados apresentados, a prevalência do novo coronavírus no município de São Paulo é de 14,1%. A faixa etária de maior prevalência (19%) é a dos adultos jovens, de 35 a 49 anos. Além disso, 30% dos da população infectada pelo vírus é assintomática.
A apresentação completa do inquérito sorológico pode ser vista clicando aqui.
Mais sobre o coronavírus
De acordo com boletim diário desta quinta-feira (14/1) publicado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus, a capital paulista totaliza 16.364 vítimas da Covid-19.
Há, ainda, 519.376 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus e 767.548 casos suspeitos sob monitoramento. Até o momento, 743.766 pessoas receberam alta após passar pelos hospitais de campanha, da rede municipal, contratualizados e pela atenção básica do município.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo nesta quinta.
Em relação ao sistema público de saúde, nesta quinta-feira a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na Grande São Paulo é de 68,3%.
Já na última quarta-feira, o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 40%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
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