Apesar do avanço da variante Ômicron no mundo, nesta quinta-feira (9/12) o prefeito Ricardo Nunes declarou que, por enquanto, não pretende cancelar o Carnaval do ano que vem na cidade. “Obviamente, se tivesse uma situação da Ômicron que nos colocasse agora em alerta, que ela fosse mais grave do que as outras variantes, que a Saúde me colocasse, eu cancelaria. Não tem necessidade de tomar essa decisão agora, é precipitada. Eu sei que pode parecer antipática, mas a gente precisa seguir e fazer uma gestão tranquila, com cautela e no momento certo. Não tem por que cancelar o Carnaval agora. Seria prematuro”, afirmou o prefeito.
A declaração foi dada em uma coletiva na inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vergueiro, na região central da capital paulista. Ainda no evento, Ricardo Nunes confirmou a Corrida São Silvestre, que ocorre no último dia do ano. De acordo com o prefeito, a empresa organizadora do evento apresentou protocolos de segurança que foram aprovados pela Secretaria Municipal da Saúde, como a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação contra Covid-19 ou teste negativo para todos os participantes.
Outro assunto abordado durante a coletiva foi a portaria publicada nesta quinta (9/12) pelo governo federal determinando quarentena obrigatória de cinco dias para viajantes não vacinados que chegarem por via aérea no país. “Nosso entendimento é: exige-se o passaporte, mas abre-se uma possibilidade para quem não apresentar o passaporte, que fique em quarentena por 5 dias no destino final para onde ele for. Se ele chegar aqui em São Paulo e se locomover para Guarulhos, quem cuida é Guarulhos. Se ele chegar em Campinas e o destino foi aqui em São Paulo, comunica a Prefeitura de SP e a gente controla a quarentena”, explicou Nunes.
O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, criticou a duração da quarentena. “O ideal são 14 dias. Com cinco dias ele teria que fazer um segundo exame para que a gente tenha a confirmação ou não”, defendeu o secretário, recebendo a confirmação do prefeito “então são cinco dias com exame negativo para Covid-19”.
Mais sobre o novo coronavírus 1
De acordo com o boletim diário mais recente publicado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo sobre a pandemia do novo coronavírus, até esta quinta (9/12), a capital paulista totalizava 39.395 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.558.642 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde, os dados mais recentes mostram que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19 na região metropolitana de São Paulo, nesta quinta (9/12), é de 26%.
Já na segunda (6/12), o índice de isolamento social na cidade de São Paulo foi de 37%. A medida é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus.
A aferição do isolamento é feita pelo Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 2
Nesta quinta-feira (9/12), o Estado de São Paulo ultrapassou a marca de 80 milhões de doses de vacina contra Covid-19 aplicadas. Em números absolutos, São Paulo é hoje o Estado que mais vacina no país.
Nas 645 cidades paulistas foram até o momento 38.124.399 milhões de primeiras doses, 34.625.012 milhões de segundas doses, 1.177.546 milhão de doses únicas e 6.096.928 de doses de reforço.
Outra marca registrada nesta quinta foi sobre a distribuição de doses feita pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, mais de 381,2 milhões de doses de vacinas Covid-19 foram entregues para os Estados e Distrito Federal, o que faz da campanha da vacinação atual a maior da história do país.
A disponibilização das doses é feita em até 48 horas depois da chegada ao Brasil. Antes de serem enviadas, as vacinas passam ainda por um processo de controle de qualidade.
Mais sobre o novo coronavírus 3
A partir do próximo sábado (11/12), todos os brasileiros ou estrangeiros que entrarem no Brasil por via aérea terão que apresentar teste negativo para a Covid-19 e comprovante de vacinação. Aqueles que não apresentarem o documento terão obrigatoriamente que passar por uma quarentena de cinco dias na cidade de destino. Esta decisão faz parte da Portaria Interministerial publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (9/12).
Ao final da quarentena, os viajantes precisarão apresentar um novo teste RT-PCR ou antígeno negativo. Caso dê positivo, o viajante continuará em quarentena de acordo com os protocolos do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
Novas regras também foram determinadas para o transporte terrestre. Todos que atravessarem a fronteira brasileira devem portar o comprovante de vacinação completa ou teste RT-PCR negativo feito 72 horas antes da entrada no Brasil ou teste negativo de antígeno realizado 24 horas antes da entrada.
O Ministério da Saúde divulgou ainda que o monitoramento dos passageiros ficará por responsabilidade das autoridades sanitárias locais.
As medidas da nova portaria seguem recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que se pronunciou de forma positiva sobre a publicação. “A adoção do comprovante de vacina como ferramenta para controle de entrada de viajantes no país é uma medida que alinha o Brasil a um movimento de alcance global e pavimenta o caminho para uma política de fronteiras guiada pela segurança sanitária”, divulgou o órgão em nota oficial.
Mais sobre o novo coronavírus 4
Após o cruzamento de vários estudos, a OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmou, nesta quinta (9/12), que a imunização dada pelas vacinas contra a Covid-19 tem duração de seis meses, quando o risco de doença grave, internação ou morte diminui drasticamente. A especialista em vacinas da OMS, Kate o’bryan, explicou ainda que a proteção não desaparece depois desse período, mas é reduzida.
No mesmo comunicado, a organização informou que na África o número de casos da doença quase duplicou em uma semana, subindo de 55 mil para 107 mil. Mesmo com este fator preocupante, a OMS se mostrou positiva ao ressaltar que as hospitalizações continuam em nível baixo.
Ainda não se sabe se a variante Ômicron é responsável pelo aumento de casos, mas atualmente uma investigação está sendo conduzida para obter respostas. O continente africano tem hoje 46% dos casos da variante em todo o mundo.
*Ouça aqui a versão podcast do boletim Coronavírus desta quinta-feira
*Este conteúdo e outros conteúdos especiais podem ser conferidos no hotsite Coronavírus