Após um dia de suspensão, a Prefeitura de São Paulo anunciou hoje que deve retomar a vacinação contra Covid-19 nesta quarta-feira (23/6). O PMI (Programa Municipal de Imunizações) da Secretaria Municipal da Saúde informou que devido à alta adesão à vacinação na capital, com cerca de 90% das pessoas entre 50 e 59 anos de idade vacinadas com a primeira dose, todos os estoques foram utilizados.
A expectativa é que a secretaria receba 181 mil doses de vacinas do Governo do Estado até o final desta terça para que possa repor os estoques das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e dar prosseguimento ao cronograma de imunização, com o início de uma nova faixa, bem como voltar a aplicar as segundas doses das vacinas disponíveis.
A vacinação nesta quarta será para pessoas de 49 anos. O calendário segue o sistema de escalonamento proposto pela Secretaria de Saúde para evitar aglomerações e tempo excessivo de espera nos postos da rede de imunização. Na quinta-feira (23/6), será vacinado o grupo de pessoas com 48 anos.
Quem fizer parte do grupo de 49 anos pode procurar uma das 468 UBSs e AMA/UBS Integradas, das 7h às 19h, além dos SAEs (Serviços de Atenção Especializada), mega postos com acesso a pedestres, mais de 130 postos volantes, postos que operam exclusivamente em sistema drive-thru e a rede de farmácias parceiras, das 8h às 17h. Acesse a lista completa de endereços dos postos de vacinação na página Vacina Sampa.
O que levar
Para receber a primeira dose da vacina, é preciso levar um documento de identificação, preferencialmente CPF, cartão SUS (Sistema Único de Saúde) e um comprovante de residência no município de São Paulo, como forma de garantir a destinação das doses à população da capital. Caso o documento esteja no nome de outra pessoa, será necessário comprovar o parentesco.
Os cuidados contra a Covid-19 seguem necessários para toda a população, inclusive para quem se vacinou ou já teve a doença. Como forma de evitar aglomerações, a Secretaria Municipal de Saúde lançou a plataforma De Olho Na Fila. Por meio desta ferramenta on-line, as pessoas podem conferir em tempo real a movimentação no serviço de saúde escolhido para a imunização e escolher o melhor horário do dia para se deslocar até o local.
A secretaria também recomenda ir aos postos com o pré-cadastro no site Vacina Já, preenchido, para agilizar o tempo de atendimento e reduzir a espera na fila. Basta inserir dados como nome completo, CPF, endereço, telefone e data de nascimento para concluir o cadastro.
Pessoas vacinadas
Na capital paulista, até o dia 21 de junho, foram aplicadas 6.306.698 doses de vacina contra a Covid-19. Foram 4.614.337 primeiras doses, o equivalente a mais de 50% da população acima de 18 anos de idade no município e outras 1.692.361 pessoas já receberam a segunda dose, completando o esquema vacinal.
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Segundo dados mais recentes sobre a pandemia do novo coronavírus publicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, nesta terça-feira (22/6), a capital paulista contabilizava 32.648 vítimas da Covid-19. Havia, ainda, 1.250.699 casos confirmados de infecções pelo novo coronavírus.
Abaixo, gráfico detalhado sobre os índices da Covid-19 na cidade de São Paulo.
Em relação ao sistema público de saúde da região metropolitana de São Paulo, a atualização mais recente destaca que, nesta terça (22/6), a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados a pacientes com Covid-19 é de 74,7%.
Considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e autoridades sanitárias a principal forma de contenção da pandemia do novo coronavírus, o isolamento social na cidade de São Paulo, nesta segunda (21/6), foi de 39%.
Os dados são do Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo, que utiliza dados fornecidos por empresas de telefonia para medir o deslocamento da população e a adesão às medidas estabelecidas pela quarentena no Estado.
Mais sobre o novo coronavírus 2
O primeiro lote de 1,5 milhão de doses da vacina contra a Covid-19 da Janssen, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson, chegou na manhã de hoje (22/6) ao Brasil. O avião que trouxe a remessa pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no início da manhã foi recebido pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A recomendação inicial é para que as vacinas sejam enviadas às capitais, mas ainda será feita negociação com os Estados. As doses devem ser aplicadas até o mês de agosto. Segundo o Ministério da Saúde, ao todo, foram encomendadas 38 milhões de doses do imunizante, que é de dose única.
Ações e Atitudes
Pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) patentearam dois novos testes para detecção do novo coronavírus (SARS-CoV-2) na saliva. Ambos têm alta sensibilidade e, se produzidos em larga escala por empresas parceiras, podem possibilitar a testagem em massa da população brasileira.
Uma das tecnologias envolve um sensor eletroquímico que permite fazer uma análise quantitativa da proteína spike (espícula) na saliva do paciente. “Esse é um modelo de teste rápido e portátil. Tem grande sensibilidade e se assemelha aos dispositivos que medem a quantidade de glicose [glicosímetro], utilizados por diabéticos. Nele, um sensor eletroquímico capta a proteína spike e o resultado pode ser acessado, em questão de minutos, por meio de um aplicativo de celular”, conta Ronaldo Censi Faria, pesquisador do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar e coordenador do projeto.
Uma grande vantagem em relação aos testes de antígeno já disponíveis é o fato de o novo método dispensar a coleta de secreção por swab nasal (cotonete longo inserido pelo nariz).
O outro teste desenvolvido pela equipe detecta na saliva o RNA do vírus com precisão semelhante à do RT-PCR – exame considerado padrão-ouro para diagnóstico da Covid-19. No entanto, trata-se de um método mais rápido e econômico, pois usa menos reagentes.
O Laboratório de Bioanalítica e Eletroanalítica (LaBiE) da UFSCar tem desenvolvido uma série de outros testes. De acordo com Faria, a metodologia usada no caso da Covid-19 é uma adaptação de dispositivos que estão sendo criados para diagnosticar doenças como câncer, leishmaniose, hanseníase, zika e Alzheimer.
“O teste eletroquímico é praticamente uma adaptação para a Covid-19 de outro dispositivo que fizemos para detectar Alzheimer. Já o teste colorimétrico, que se compara em precisão ao RT-PCR, é uma tecnologia completamente nova, não tínhamos pensado ainda nesse modelo para nenhuma outra doença”, conta.
O pesquisador conta que costuma trabalhar em parceria com médicos e especialistas de outras áreas. O dispositivo para detecção do Alzheimer, por exemplo, foi uma colaboração com a professora Márcia Cominetti, do Departamento de Gerontologia da UFSCar. Já os testes de Covid-19 foram desenvolvidos com o grupo da professora Ester Sabino, docente da Faculdade de Medicina e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, além de Matias Melendez, hoje pesquisador no Hospital Infantil Pequeno Príncipe, em Curitiba.
Antes de terem as patentes depositadas, os dois testes para detecção do SARS-CoV-2 foram validados em amostras de saliva de pacientes atendidos em hospitais de São Carlos e São Paulo, ambos chegando a uma sensibilidade superior a 90%. Os pesquisadores agora pretendem criar parcerias para utilizar o método colorimétrico em escolas das duas cidades.
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