RenattodSousa/CMSP
Embora o Plano Diretor Estratégico (PDE) de 2002 determinasse a construção de 325 km de corredores de ônibus, apenas 85 km entraram em funcionamento, ou seja, 26% do previsto. A informação foi dada pelo urbanista Kazuo Nakano durante a audiência pública realizada nesta terça (7/5) para debater a revisão do PDE.
Nakano, que dirige o departamento de habitação e urbanismo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU), mostrou em sua apresentação como a introdução do Bilhete Único aumentou a utilização do transporte coletivo na cidade, revertendo uma tendência de migração para o transporte individual que remontava à década de 60.
No entanto, o maior número de usuários não foi acompanhado por um aumento significativo da rede de transporte público. O resultado foi a superlotação do sistema de transporte coletivo, afirmou o urbanista, que também lamentou a ausência de um Plano de Circulação e Transportes para a cidade, outra determinação do plano de 2002 que não foi cumprida.
No mesmo sentido, a maioria das manifestações da população era pela ampliação do transporte público e pela restrição ao uso do automóvel. Jorge Eduardo, da Associação Preserve São Paulo, pediu que seja dado um destaque maior ao transporte de alta capacidade. Quando eu falo transporte público de qualidade, estou falando também de transporte sobre trilhos, não apenas ônibus, afirmou.
Outro assunto abordado foi a mobilidade de idosos e pessoas com deficiência, pouco mencionado no PDE de 2002. O médico Rui Nunes, por exemplo, enfatizou que é possível pensar o transporte de maneira a diminuir a incidência de doenças crônicas, cada vez mais comuns com o envelhecimento da população na cidade. Uma cidade que planeja bem suas questões de mobilidade urbana não só evita acidentes como pode incentivar a atividade física, declarou.
A próxima audiência do processo de revisão do Plano Diretor acontece nesta quinta (9/5), às 18h, em local ainda a definir.
RenattodSousa/CMSP
(07/05/2013 21h45)