Na noite desta sexta-feira (20/09), a Câmara Municipal de São Paulo premiou profissionais da educação da rede municipal com o Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal. A honraria foi concedida a educadores com projetos que contribuem para a qualidade do ensino público na cidade. A comissão julgadora selecionou os 12 melhores, após avaliar 133 projetos.
A 14ª edição do prêmio foi dividida em quatro categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Foram destacados os três primeiros colocados de cada grupo.
Para o vereador Toninho Vespoli (PSOL), que presidiu a sessão, a edição de 2019 da premiação teve um sabor especial, já que Paulo Freire, o patrono da educação brasileira, também se tornou o patrono da educação da cidade. “A gente tem uma gama de projetos bem diversos, que trazem a diversidade existente na escola. Tem a questão do feminismo, a questão LGBT, a questão da negritude e as questões ecológicas e de sustentabilidade”, disse Vespoli.
Instituída em 1998, a premiação é uma homenagem à vida e ao trabalho do educador, pedagogo e filósofo pernambucano Paulo Freire (1921–1997), considerado um dos maiores especialistas em educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, publicada em 1968, foi o terceiro livro mais citado na área de humanas no mundo, segundo levantamento do Google Scholar.
Presente à sessão, Lutgardes Costa Freire, filho do educador, falou da relevância do prêmio. “Esse concurso serve de incentivo para as escolas, para se orientarem no trabalho cotidiano delas na teoria da educação do meu pai. Ele realmente escreveu sobre a filosofia da educação da maneira como as pessoas aprendem. Isso é muito importante”, disse Lutgardes Freire.
Projetos premiados
Os 12 finalistas do Prêmio Paulo Freire receberam condecorações da Câmara Municipal de São Paulo. Entre os vencedores, está o projeto Coletivo Feminista Estudantil: Diálogos para Igualdade de Gênero na Escola, da EMEF Sebastião Francisco, O Negro, da zona leste de São Paulo. “O nosso projeto discute as relações de gênero na escola. Começou em 2017, com meninas relatando situações de assédio indo para a escola. Começamos a colher esses relatos e resolvemos criar um espaço de escuta, que se transformou em um espaço de estudo”, disse Débora Regina Camasmie de Campos, responsável pelo projeto.
Também premiada, a EMEF Donato Susumu Kimura, da zona sul, chegou à final com o projeto Ocupa Capão. “O projeto consiste em resgatar um pouco da cultura popular brasileira, através da musicalização. E trazer a comunidade para dentro do espaço escolar onde nós estamos inseridos”, disse Fernanda Martins, uma das responsáveis pelo projeto.
Confira abaixo a relação dos vencedores de cada uma das categorias do Prêmio Paulo Freire:
Categoria I – Educação Infantil
1º Lugar: Projeto Vila Cidadã Sustentável – CEI Vila Marilena
2º Lugar: Projeto Da sua História para a Minha: Conhecendo o Outro para Conhecer a Mim Mesmo(a) – EMEI Nelson Mandela
3º Lugar: Projeto De Lá Para Cá: As Maravilhas da Bolívia e Um Pedaço Delas no Brasil – EMEI Dr. Mário Alves De Carvalho
Categoria II – Ensino Fundamental
1º Lugar: Projeto Ocupa Capão – EMEF Donato Susumu Kimura
2º Lugar: Projeto Grafismo E Culturas Indígenas: Arte, Manifestação Cultural E Tradição – CEU EMEF Butantã
3º Lugar: Projeto Trabalhar a Autoestima: Estudantes Público-Alvo da Educação Especial Transformam-se em Personagens de Histórias em Quadrinhos – EMEF Dr. Habib Carlos Kyrillos
Categoria III – Ensino Fundamental II e Ensino Médio
1º Lugar: Projeto Coletivo Feminista Estudantil: Diálogos para Igualdade de Gênero na Escola – EMEF Sebastião Francisco, O Negro
2º Lugar: Projeto Sementes de Sonhos – Vivências na Agroecologia da Cidade – CEU EMEF Paulo Gonçalo dos Santos
3º Lugar: Projeto Slam Altino: Ninguém Cala o Nosso Grito! – EMEF Altino Arantes
Categoria IV – Educação de Jovens e Adultos
1º Lugar: Projeto Saúde e Qualidade de Vida dos Alunos Surdos: Possibilidade Construída Pelas Mãos de Todos – CIEJA Professora Rosa Kazue Inakake de Souza
2º Lugar: Projeto VII Encontro Indígena – Indígenas Em Contexto Urbano – CIEJA Campo Limpo
3º Lugar: Projeto Expedições CIEJA Vila Prudente/Sapopemba: Em Busca de Afro-Referências na Cidade de São Paulo – CIEJA Vila Prudente/Sapopemba