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Prêmio Paulo Freire: Câmara premia projetos de escolas municipais que contribuem com o ensino da rede pública

Por: MARCO CALEJO
DA REDAÇÃO

23 de setembro de 2024 - 22:17
Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP

A educação esteve entre as principais atividades da Câmara Municipal de São Paulo desta segunda-feira (23/9). Nesta noite, a Casa promoveu a 19ª edição do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal. A premiação é entregue às escolas municipais que desenvolvem projetos de aprimoramento da rede pública da capital paulista. A cerimônia acontece no Legislativo paulistano desde 1998.

Neste ano, a Câmara recebeu 169 inscrições. Destas, 131 avançaram para a etapa de análise. As propostas passaram pelo crivo de uma comissão julgadora, formada por diferentes entidades. Os critérios de avaliação levaram em consideração a promoção de aprendizagens diversificadas, participação efetiva da comunidade, inovação e criatividade, alcance de objetivos, alinhamento aos princípios de Paulo Freire e forma e conteúdo do projeto.

A premiação é dividida em quatro categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Para cada uma delas, foram classificados três projetos, totalizando 12 premiados. A Sessão Solene deste ano foi presidida pelo vereador Celso Giannazi (PSOL), integrante da Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

“O Prêmio Paulo Freire é um dos maiores prêmios que temos no nosso país”, disse Giannazi: “É uma maneira de levarmos os ensinamentos do Paulo Freire, uma educação freiriana para a rede municipal de São Paulo. Isso vai fazer toda a diferença na vida das pessoas”.

O vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL) também marcou presença na cerimônia. O parlamentar considerou a Sessão Solene como um momento importante, destacando Paulo Freire como “o maior pedagogo de todos os tempos. Do mundo, senão me engano, ele é o quinto autor mais lido. Isso em todas as matérias, não só na área pedagógica”.

Primeiro lugar na categoria Educação de Jovens e Adultos, a estudante Valdeci Galiza, do Cieja (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) Clóvis Caitano Miquelazzodo, comemorou a conquista com o projeto “Educar para libertar: a EJA e o direito de aprender”. “É uma felicidade para a escola. Lá, aprendemos a ser gente, conhecer os nossos direitos e fazer pesquisas. No nosso projeto, viajamos para o Quilombo, passamos por aldeias indígenas. Conhecemos outras culturas”.

A professora Aline Manetta também celebrou o primeiro lugar, porém na categoria Ensino Fundamental I – com o projeto “Festival de Parintins na Escola”. Nós começamos o projeto trabalhando na Copa de Futebol feminino. Na cerimônia de abertura, chamou a atenção a valorização da ancestralidade, que a Austrália e a Nova Zelândia apresentaram. Fomos conversar sobre isso com as crianças e falar onde estava a representatividade da nossa ancestralidade indígena. Encontramos no Festival de Parintins, que é a nossa cultura brasileira  e valoriza essa cultura ancestral”.

A estudante Raíssa Magalhães, do CEU (Centro Educacional Alvarenga), zona sul, concluiu o Ensino Fundamental em 2023. O trabalho dela, desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, foi selecionado entre os finalistas. “O projeto é sobre arquitetura e urbanismo, se chama Construindo o Parque do Nosso Futuro. Ele tem o foco de melhorar um parque da nossa região – o Parque dos Búfalos”.

Professor da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Vera Lúcia Fusco Borba, em Campo Limpo, zona sul da cidade, Thiago Oliveira dos Santos também representou um projeto premiado. “O projeto é de música – o Musicalizando na escola. Conseguimos acessar com os alunos a musicalização e inclusão de uma forma completa, principalmente dos alunos do 1° ao 5° ano”.

Já Ryan Alexander da Silva, da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, falou em nome da comissão julgadora. “Na maioria dos projetos deste ano, encontramos muitos valorizando a cultura nacional, a cultura periférica, as questões raciais e homossexuais, e sobre a democracia”.

Do Instituto Paulo Freire, coordenadora do Centro de Referência da entidade, Sônia Couto foi uma das juradas. “Todos os anos eu estou aqui, desde 2011. Para o Instituto Paulo Freire, que carrega essa responsabilidade de dar continuidade ao legado de Paulo Freire, é uma honra estar aqui”.

Também participou da Sessão Solene o filho de Paulo Freire, Lutgardes Freire. Para ele, é motivo de orgulho ter o nome do pai na premiação da Câmara Municipal. “É uma premiação de um homem que lutou a vida toda pela educação. Não só a educação dos jovens, mas também dos adultos. A minha mãe também era professora. Foi ela quem encaminhou o meu pai para a educação. Ela também foi uma grande mulher, a Elza Freire.

Paulo Freire

O nome do prêmio é em homenagem a Paulo Reglus Neves Freire (1921 – 1997), educador que ganhou destaque no século 20. Nascido em Recife, Pernambuco, ele ficou conhecido por desenvolver um método de alfabetização de adultos. Paulo Freire foi autor de livros – como o “Pedagogia do Oprimido” – publicado em 1968. Entre 1989 e 1991, foi secretário municipal de Educação da capital paulista.

Assista aqui à íntegra da cerimônia de entrega do Prêmio Paulo Freire. Abaixo, confira a lista dos premiados desta edição.

Categoria I – Educação Infantil

  • 1º lugar – Projeto “Da Horta Para a Mesa – UNAS” – CEI Margarida Maria Alves;
  • 2º lugar – Projeto “Jogos de Tabuleiro na Educação Infantil: Infinitas Possibilidades”- EMEI Coronel Alexandre Gama;
  • 3º lugar – Projeto “Brasil de todas as cores” – CEU EMEI Braz Jaime Romano;

Categoria II – Ensino Fundamental I

  • 1º lugar- Projeto “Festival de Parintins na Escola” – EMEF Plínio Ayrosa;
  • 2º lugar – Projeto “Esquadrão Antirracista” – EMEF Prestes Maia;
  • 3º lugar – Projeto “Musicalizando na escola: Música e ritmo como expressão corporal” – EMEF Professora Vera Lúcia Fusco Borba.

Categoria III – Ensino Fundamental II e Ensino Médio

  • 1º lugar- Projeto “Reescritores da Liberdade: ditadura nunca mais!” – EMEF Henrique Souza Filho – Henfil;
  • 2º lugar- Projeto “Agência Jovem de Comunicação Escolar Vitiello” – EMEF Professor Ricardo Vitiello;
  • 3º lugar -Projeto “Construindo o Parque do Nosso Futuro” – CEU EMEF Professor Paulo Gonçalo dos Santos.

Categoria IV – Educação de Jovens e Adultos

  • 1º lugar – Projeto “Educar para libertar: a EJA e o direito de aprender” – CIEJA Clóvis Caitano Miquelazzo;
  • 2º lugar – Projeto “Bairrando: as histórias do Bairro da Liberdade negra que quase ninguém conta” – CIEJA Paulo Emílio Vanzolini;
  • 3º lugar – Projeto “Os rostos do MOVA” – MOVA-SP Obra Social da Paróquia Cristo Ressuscitado.

 

Confira o álbum de fotos da Sessão Solene, disponível no Flickr da CMSP. Crédito: Richard Lourenço | REDE CÂMARA SP

Entrega do Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal - Câmara Municipal de São Paulo - Foto: Richard Lourenço

 

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