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Reportagens de todo o país foram agraciadas nesta quarta-feira com o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Os vencedores e as menções honrosas foram divulgadas em evento realizado na Praça Divina Providência, localizada atrás do prédio da Câmara Municipal de São Paulo, local que ainda em 2012 receberá uma escultura em homenagem ao jornalista assassinado durante o regime militar.
Dividido em nove categorias, o prêmio contempla matérias de veículos impressos, rádio, televisão e internet com temas relacionados a direitos humanos. Segundo a curadora da premiação, Ana Luisa Zaniboni, em 2012 tiveram destaque as reportagens sobre os povos indígenas.
A questão indígena apareceu muito, em especial em massacres que ocorreram durante a ditadura, disse. É um foco diferenciado, que já tinha sido explorado pelo viés antropológico, mas que ainda não teve espaço na mídia, completou.
Um dos membros do júri, Guto Camargo, do Sindicato dos Jornalistas, também ressaltou a presença de matérias sobre a ditadura no Brasil entre os finalistas e vencedores. Para ele, isso está ligado à instalação da Comissão da Verdade nos âmbitos federal, estadual e municipal, que deu nova luz aos fatos. Ele lembrou ainda que, quando o prêmio foi criado, dois anos após a morte de Vladimir Herzog, a ideia era justamente dar mais visibilidade a denúncias de abusos do regime.
O prêmio nasceu político, como um espaço de resistência democrática. Naquela época, ele era latino-americano, e reunia jornalistas de todos os países de governos autoritários, explicou.
Outro motivo que levou à criação do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos era proteger os próprios repórteres. Ao divulgar internacionalmente o nome dessas pessoas, o agressor não tinha como punir quem estava fazendo a denúncia, observou Camargo.
Sérgio Gomes, organizador da premiação, destacou a importância de realizar uma cerimônia no local em que Vlado receberá uma escultura em sua homenagem. Era um não-lugar, que agora passa a ser uma praça de protesto, uma praça da liberdade, afirmou.
Conheça os vencedores do 34º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos:
CATEGORIA ARTES
Vencedor: Defesa falha com as vítimas Fernando de Castro Lopes (Jornal Correio Braziliense, Brasília)
CATEGORIA ESPECIAL
Vencedor: Filho da Rua Letícia Duarte (Jornal Zero Hora, Porto Alegre)
Menção Honrosa: Direito à Infância: Crianças abandonadas à própria sorte Cleomar Almeida (A redação, Goiânia)
CATEGORIA FOTOGRAFIA
Vencedor: O amor é o dom maior! Ame Francisco França (Jornal da Paraíba, João Pessoa)
Menção Honrosa: Mutilado na Guerra do Crack Severino Silva (Jornal O Dia, Rio de Janeiro)
CATEGORIA INTERNET
Vencedor: Depois que comecei a estudar, não vejo mais grades, diz preso de SP que faz pedagogia Camila Rodrigues (UOL)
Menção Honrosa: Um navio estacionado na porta de casa Yan Boechat (Portal iG)
CATEGORIA JORNAL
Vencedor: Quando a ditadura entrou em campo Murilo Rocha (Jornal O Tempo, Belo Horizonte)
Menção Honrosa: Dossiê Curió Ismael Machado (Jornal Diário do Pará, Belém)
CATEGORIA RÁDIO
Vencedor: Crimes contra indígenas na ditadura Maíra Heinen (Radio Nacional da Amazônia)
Menção Honrosa: À espera de um lar Renata Colombo (Rádio Gaúcha, Porto Alegre)
CATEGORIA REVISTA
Vencedor: Especial Comissão da Verdade Débora Prado (Revista Caros Amigos, São Paulo)
Menção Honrosa: Guarani-Kaiwá: O genocídio silencioso de um povo Sandra Alves (O Mensageiro de Santo Antônio, Santo André)
CATEGORIA TV: DOCUMENTÁRIO
Vencedor: Crimes da Ditadura Conchita Rocha (TV Brasil/EBC)
Menção Honrosa: A mão de obra escrava urbana Bianca Vasconcellos (TV Brasil/EBC)
CATEGORIA TV: REPORTAGEM
Vencedor: Caso Rubens Paiva: Uma história inacabada Miriam Leitão (Globo News)
Menção Honrosa: Liberdade aprisionada Eliana Victório (TV Tribuna/Rede Bandeirantes, Pernambuco)
(10/10/2012 – 17h50)