O presidente da empresa japonesa Mistui, Shinsuke Fujii, garantiu nesta segunda-feira durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público que desconhece as denúncias de que a multinacional teria participado de cartel para licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
De acordo com ele, a empresa tem uma grande preocupação em cumprir normas. Temos um código de conduta para diretores e funcionários e a empresa é rígida para que as regras sejam cumpridas com ética. Nós não temos nenhum conhecimento de que a Mitsui tenha participado de cartel, afirmou.
O diretor da empresa no Brasil, Kazuhisa Ota, também negou o suposto envolvimento no esquema delatado pela alemã Siemens, de que multinacionais se reuniam para combinar os resultados das licitações dos trens do Metrô e da CPTM para que os preços fossem até 20% maiores. A Mistui não tem nenhum envolvimento, declarou.
Durante o depoimento, o vice-presidente da CPI, vereador Eduardo Tuma (PSDB), questionou os japoneses se a atuação da multinacional interfere no preço do transporte público. A empresa tem contratos com a Prefeitura? De alguma forma vocês participam no valor da tarifa do transporte público, perguntou.
Em resposta, Ota garantiu que não. A Mistui não tem nenhum contrato com a Prefeitura e nossa empresa não tem nenhuma influência no valor da tarifa do transporte público, afirmou.
O presidente do colegiado, vereador Paulo Fiorilo (PT), questionou sobre como a empresa vê essas essas acusações de formação de cartel.
A Mitsuii não tem nada a dizer sobre cartel, mesmo porque não houve processo administrativo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Diante da inexistência de provas e ao relacionamento muito bom entre Brasil-Japão, queremos ajudar nas investigações para que a relação entre os países continuem da mesma maneira, sabendo que nós privamos pela honestidade, esclareceu Fujii.
Os vereadores da CPI afirmaram que as respostas dos representantes da Mitsui não foram esclarecedoras. As empresas envolvidas no esquema de cartel parece que optaram por dizer que desconhecem a questão, afirmou o presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo (PT).
CPI
Durante a reunião do colegiado, o vereador Milton Leite (DEM), adiantou que pretende continuar as investigações sobre o cartel. O presidente da Mistui não respondeu as perguntas. Vamos esperar a conclusão dessa CPI e no próximo ano vou sugerir para abrirmos outra para apurar se houve desvio de dinheiro. Se houve prejuízo para o erário público, é necessário que a Câmara Municipal investigue, porque isso pode ter interferido nos valores do transporte público, ressaltou.
O vice-presidente, Eduardo Tuma (PSDB), concordou que o esquema precisa ser investigado, mas não tem necessidade de outra CPI. O esquema de cartel está sendo investigado pelo Ministério Público e todo o judiciário. Eles têm aparato e conhecimento suficiente para realizar esse trabalho. Precisamos, antes de pensar em outra CPI, concluirmos primeiro esse trabalho e dar uma resposta para a população, disse.
Já o presidente da CPI, vereador Paulo Fiorilo, acredita que essas investigações devem ser conduzidas pela Assembleia Legislativa.
(09/12/2013 15h33)