A Siemens está disposta a ressarcir os cofres públicos, caso comprovado o superfaturamento e a formação de cartel nos serviços prestados ao governo do Estado. A afirmação, feita pelo presidente da empresa no Brasil, Paulo Ricardo Stark, em reunião da CPI do Transporte Coletivo nesta quinta-feira (10/10).
A Siemens entregou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) documentos apontando formação de cartel e outras irregularidades em contratos com o Metrô de São Paulo, como fornecimento de trens, eletrificação e manutenção de linhas.
A empresa possui ainda contratos com o Metrô e com a CPTM, posteriores ao período investigado pelo Cade (2000 a 2007). O órgão, juntamente com o Ministério Público, está analisando a acusação. Stark disse que a investigação em curso impede que ele dê mais informações.
Segundo Stark, ainda não é possível dizer se houve superfaturamento nos valores dos contratos e em qual valor. Nas nossas investigações internas não fomos capazes de detectar e dimensionar dano. Entretanto, ele afirmou que a empresa poderá fazer acordo com o governo do Estado e até com a Prefeitura.Na Alemanha e nos Estados Unidos, onde a empresa foi acusada de corrupção, houve ressarcimento em valores que ultrapassam R$ 3 bilhões.
O vereador Adilson Amadeu (PTB), sugeriu que a Siemens não aguardasse a decisão judicial para fazer o acordo. Se os senhores se adiantassem, a população ia apreciar o gesto transparente, afirmou. Milton Leite (DEM) disse que, embora a empresa tenha sido louvável em levar a denúncia ao Cade, ela não pode esquecer que os paulistanos foram “saqueados”.