Luiz França / CMSP
Nesta terça-feira (29/4), professores e alunos do campus da USP (Universidade de São Paulo) na zona leste pediram ajuda aos vereadores da CPI das áreas contaminadas para que os problemas identificados no solo da unidade sejam resolvidos.
No final do ano passado, a Cetesb autuou a USP por descumprir as determinações do órgão, que solicitou a instalação de dutos para extrair o gás metano que se acumula no solo da unidade. No início deste ano, a Justiça proibiu o retorno das aulas porque a determinação não foi cumprida.
Em depoimento à CPI, o professor Alberto Tufaile afirmou que o metano não é o único problema do campus. O local está contaminado com óleo ascarel, que já foi muito usado como isolante elétrico, mas é cancerígeno e pode causar outros problemas, declarou.
A aluna Rosângela Fátima Toni revelou aos vereadores que começou a ter problemas de saúde depois que passou a frequentar o campus. A médica em que fui, depois que comecei a ter queda de cabelo e problemas respiratórios, suspeita que posso estar contaminada com ascarel, relatou a estudante, que entregou um relatório médico à comissão.
Após o fechamento do campus, a USP contratou uma empresa de consultoria ambiental para estudar os problemas do solo. Em recurso encaminhado à Justiça em março, depois das denúncias do Ministério Público, a reitoria da universidade afirmou que os testes apontaram a inexistência de contaminação no local.
Tufaile contesta essa conclusão. O governo está dizendo que podemos voltar ao campus e que não tem risco nenhum. No entanto, não existe infraestrutura alguma no local. O corpo de bombeiros nem emitiu o laudo necessário e a área tem gás metano, declarou.
Os vereadores se comprometeram a ajudar os professores e alunos da USP Leste. Precisamos ver os inquéritos sobre a contaminação e até mesmo ir até às promotorias que moveram a ação contra a universidade. Vamos chamar também a empresa ambiental que garantiu que não existe risco de contaminação no local, afirmou Aurélio Nomura (PSDB).
O presidente da CPI, vereador Calvo (PMDB), garantiu que providências serão tomadas. Vamos trazer um médico à comissão para explicar todos os problemas causados por essas substâncias e promover ações para que não apenas no campus da USP, mas em todos os locais a contaminação seja resolvida, disse. (Da redação)
(29/04/2014 – 13h22)