Alfabetização para todas as crianças, sem exceção. Esse é o objetivo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, tema de uma palestra realizada pela Escola do Parlamento nesta sexta-feira e ministrada por César Callegari, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB no âmbito da União.
Callegari contou como se deu a adesão do pacto por todos os Estados, um trabalho, segundo ele, de ourivesaria. É a opção mais trabalhosa, mas a mais correta, porque os problemas estão em toda a parte, justificou, embasando com dados do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), segundo o qual 700 mil crianças chegam anualmente ao quinto ano do Ensino Fundamental sem alfabetização plena. Alagoas e Maranhão são as unidades da Federação em que a situação é mais grave, com o problema atingindo 40% dos alunos nesta etapa. É uma tragédia dada. São eles quem irão repetir de ano mais para a frente e terão menos renda, lamentou.
Para César, a melhora da educação não requer métodos revolucionários. Ele reconhece que houve avanços importantes nos últimos anos, e por isso o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa não visa reinventar a roda. Segundo ele, a primeira ação do programa, e principal, é a formação dos 360 mil professores alfabetizadores do país. Faremos a formação continuada e presencial em todos os municípios brasileiros, anunciou.
Isso é uma ousadia nossa. Nada de professores se deslocando, o que significa vazamentos. Teremos 18 mil orientadores de estudo que atuarão como formadores locais, e serão preparados nas universidades públicas a partir do fim do ano, detalhou.
Callegari também explicou as mudanças que serão levadas para dentro das salas de aula. A ideia é que cada sala tenha sua biblioteca, e que a atividade de leitura nas aulas seja diferenciada. As editoras estão preparando livros para serem projetados, para que as crianças ouçam e vejam as histórias, afirmou, garantindo que essa etapa do projeto já estará disponível no início do ano letivo de 2013.
As diretrizes do programa do governo federal também envolvem as famílias dos alunos. Callegari disse que a ideia é mudar o formato das reuniões com pais, e conscientizar os responsáveis para que as crianças faltem menos às aulas, uma crítica frequente dos professores da rede pública. Outra orientação que precisamos dar é que mesmo no pequeno barraco, na única mesa da casa, é preciso criar espaço para a criança abrir um livro à noite, completou.
César disse estar otimista quanto aos resultados do pacto, e contou que a presidente Dilma Rousseff também se animou com o projeto. Ela ficou muito animada com a adesão mesmo antes de começarmos, afirmou. O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa foi ratificado através de uma Medida Provisória, e o Governo Federal investirá R$ 500 milhões apenas em premiações de escolas e equipes que apresentarem resultados positivos no projeto.
Mais informações estão disponíveis no site pacto.mec.gov.br.
(23/11/2012 – 12h54)