O projeto Promotoras Legais Populares, criado há 22 anos pela União de Mulheres do município de São Paulo, recebeu nesta segunda-feira (27/3), na Câmara Municipal, o prêmio Heleieth Saffioti.
O prêmio nasceu há cinco anos para dar visibilidade a entidades que se mobilizam para combater a opressão, violência e a discriminação contra a mulher no Brasil. Heleieth Saffioti foi uma socióloga, militante feminista e pioneira no país na pesquisa da diferença de gêneros.
“Eu acho que os estudos que ela conduziu, as pesquisas e todo o envolvimento prático…, ela uniu a teoria com prática e eu acho que esse é um legado!”, disse Herberth Ivis Bongiovanni, irmão de Heleieth.
O projeto Promotoras Legais Populares, vencedor deste ano, atua em 14 cidades do Estado e promove ao público feminino ações educativas, gratuitas, que fortalecem o combate à discriminação e opressão, através da ampliação dos conhecimentos sobre direitos e acesso à Justiça.
“O curso de promotoras vem como iniciativa da União de Mulheres e do Grupo Themis, no Rio Grande do Sul, para trazer uma proposta de educação em direitos para as mulheres de liderança comunitária, mulheres do cotidiano, da luta”, disse Rute Alonso, presidenta da União de Mulheres do Município de São Paulo.
Durante a solenidade, também foi prestada uma homenagem in memorian à ex-primeira-dama Marisa Letícia, falecida no início de fevereiro. Uma amiga da homenageada representou os familiares e outros amigos na cerimônia.
“É o reconhecimento de uma figura que dedicou a vida para o bem, para a solidariedade, para abrir espaço para que as pessoas possam se manifestar, crescer, compartilhar”, disse Clara Ant, diretora do Instituto Lula.
“Era uma mulher de fibra, de garra, que estava o tempo todo ajudando na construção de uma sociedade muito mais justa”, disse a vereadora Juliana Cardoso (PT).
No evento, foi discutida ainda a questão da violência contra a mulher. Segundo o Datafolha, uma em cada três brasileiras sofreu algum tipo de agressão no ano passado. Além disso, os altos níveis de violência de gênero, a gravidez na adolescência e as baixas taxas de conclusão da educação secundária fazem do território brasileiro um dos piores países da América Latina para nascer mulher, como indica o relatório da Anistia Internacional sobre Violações de Direitos Humanos no Brasil em 2016.
“Do meu ponto de vista, além da lei Maria da Penha, a gente tem que criar uma cultura que vise o tratamento igualitário entre homens e mulheres, desde a primeira infância”, defendeu Yasmin Oliveira Mercadante Pestana, coordenadora auxiliar do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM).
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