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Projetos culturais independentes pedem mais apoio

30 de abril de 2013 - 13:11

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Na Zona Norte, funciona desde 2007 o Centro Independente de Cultura Alternativa e Social (CICAS). Juninho Sendro, um dos fundadores, contou que embora seja o único equipamento cultural da Vila Maria, com exceção de uma biblioteca, eles ainda enfrentam o distanciamento de grande parcela da comunidade local, que em sua visão acontece justamente pela falta de acesso a bens e espaços culturais nas periferias. Durante as audiências públicas do Plano de Metas, por exemplo, moradores fizeram pedidos urgentes  de apoio à iniciativas sociais e a instalação de equipamentos em seus bairros.

No CICAS, há um histórico de falta de apoio: Inicialmente a Prefeitura não reconhecia a área como pública, depois, em 2010, resolveu desapropriar o local para demolição do galpão, então entramos com um processo de solicitação de concessão de uso do espaço, que ainda hoje tramita na Secretaria de Gestão do Município, impedindo que o CICAS firme parcerias, patrocínios e receba qualquer tipo de auxilio financeiro formal por esta questão, disse Sendro.

Atualmente, o CICAS se tornou referência: Coletivos e artistas apontam o CICAS como uma das iniciativas mais representativas da arte alternativa e popular, onde podemos observar inúmeros aspectos inéditos de gestão e construção comunitária de espaços públicos. cicas2

Douglas relatou que boa parte das iniciativas na área de cultura esbarram no financiamento, e no fato de que seus realizadores são pessoas que não vivem dos projetos, se dedicando a eles paralelamente a um outro trabalho. Ele contou ainda que alguns se beneficiam de editais como o VAI (municipal) debatido na Câmara nesta semana – e ProAC (estadual), porém a captação de recursos através da Lei Rouanet e outros programas com quantias vultosas fica prejudicada pela falta de técnica em escrever o projeto. Produtores maiores contratam empresas especializadas, com uma pessoa responsável por redigir, outra para captar, ponderou.

Sendro, por sua vez, pontuou que os espaços públicos necessitam receber esta demanda, que no nosso caso chamamos de alternativa, mas existem barreiras, que causam esse afastamento de ambos os lados, um por julgar que o formato não atenda os anseios de cultura da população (que na verdade são imposições do mercado), e por outro lado, por um sentimento de não representatividade e pertencimento desses artistas “alternativos” ao espaço público, que é construído e gestionado sem contar com a participação popular efetiva.

(Thaís Lancman)

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Leia Mais:

– Cinema em escadaria pode transformar panorama social

– Iniciativas culturais não avançam na periferia

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