No ano em que se comemora o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, sete psiquiatras descendentes de japoneses, que trabalham no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, foram homenageados na Câmara Municipal de São Paulo, na manhã do dia 9 deste mês. A iniciativa foi do vereador Ushitaro Kamia (DEM). Estamos fazendo esta homenagem porque os médicos de psiquiatria do Hospital das Clínicas têm contribuído muito com a Medicina e dado à população mais carente um atendimento digno e de qualidade. Entre os homenageados estava a médica Taís Minatogawa, que recentemente esteve visitando a terra de seus avós. Para mim é um orgulho muito grande participar desta homenagem na Câmara, ainda mais dentro desse contexto do Centenário da Imigração. Tive a oportunidade de ir ao Japão, quando estava na residência médica para participar de um congresso. E lá tive uma experiência muito especial, onde encontrei a terra e o povo de onde sou descendente.A maioria dos imigrantes japoneses que chegou ao Brasil antes da guerra eram trabalhadores braçais, lavradores que levavam uma vida muito difícil no Japão e sonhavam com uma ascensão social. Nossos pais, nossos avós imigrantes, viam no médico, no engenheiro ou advogado – principalmente no médico – a melhor maneira de conseguir ascensão social dentro da sociedade brasileira, disse Akeo Yogui, presidente da Federação das Associações das Províncias Japonesas no Brasil.SeminárioApós as homenagens, foi realizado um seminário. Um dos temas discutido foi a emergência psiquiátrica. As emergências psiquiátricas constituem situações de agitação psicomotora, de agressividade e o risco de suicídio. São os três temas que nós trabalhamos no dia-a-dia em um pronto-socorro de psiquiatria, informou a doutora Taís. Isso ocorre em geral em pessoas que já tem algum transtorno psiquiátrico ou então a família percebe que a pessoa começa a ficar mais agitada, com alguma alteração no comportamento.A dependência química também foi assunto da palestra. Segundo estudos, em 2005, 74% dos brasileiros já havia experimentado bebida alcoólica e 44% havia fumado um cigarro. A mesma pesquisa constatou que os dependentes de alcool são 12% da população e de tabaco, 10%. Um dos principais fatores de risco são os conflitos familiares.
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